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23/10/2024

20/10/2024

A losing battle

"Aqueles que vivem pela bola de cristal, estão destinados a comer vidro moídoé dito, em determinadas circunstâncias, entre dealers e brokers
Retire-se/ignore-se o pin «Harris'24» e «How Kamala Harris' stance on Israel could cost her The Presidency» e fica com o que interessa, a curto e/ou longo prazo A losing battle. É o mau! Mas é o que interessa. Sequer interessa quem serão vencedores destas refregas ― umas com o ribombar das explosões de mísseis, o crepitamento das metralhadoras e muitos mortos, outras silenciosas, 'pacíficas', insinuantes, ... estas muito menos impressivas, mas indubitavelmente mais transformadoras (cabia aqui ir pela ponderação da transformação, mas prescindo) porque o que importa são os respectivos desfechos. Independentemente de quais sejam os desfechos o certo é que compõem um caminho feito de vitórias pirrícas, até à derrota final. É, parafraseando Victor Segalen, a minha mania de "tendo de me pronunciar sobre o pêndulo e o sino, pronuncio-me sobre o som". E também é certíssimo que, testemunhasse eu o desfecho ou a parte qualitativamente apreciável do mesmo, não haveria de minha autoria um parágrafo que fosse de incredulidade, espanto, assombração, comoção ou perplexidade ― tenho idade suficiente e experiência bastante para saber , prescindindo da aprovação de Isaiah Berlin , que é desconcertante a facilidade com que, a busca de um ideal, desta tipologia, desemboca no seu contrário  e, além do mais, nunca entreguei a minha alma ao "paraíso", aos "amanhãs que cantariam", às "prometidas horas felizes", etc... Se tomarmos como ponto de partida as lições dos frankfurteanos e tomamos como tecido analítico o tempo que vai do pós- 2ª guerra mundial até ao presente veremos que o caminho foi o da vulgarização. Ora como escreve P.Bruckner insuspeita autoridade "a vulgaridade é uma perversão, é uma doença da legitimação (...) Em Lugar de se submeter a uma aprendizagem paciente, o vulgar instala-se no lugar daquele que imita.". Não é bom nem mau: foi/é assim.
A derrocada da ilusão é uma porta aberta para os milagres.
No presente mais do que nunca predomina, e prevalece, em quase todos os domínios, o argumentum ad ignorantiam.  Já não vale a estafada decadência do compósito ocidental, o Estado de Israel tem os dias contados, os ucranianos já são o baralho de poker na mesa desta disputa intermédia e o destino de Zelensky não fugirá à regra ― na melhor das hipóteses derrotado, triste e só * Taiwan segue trilho idêntico e, estrebuchem muito ou nada, o capítulo seguinte será escrito pela  República Popular da China, o prazo de validade da Coreia do Norte e o destino de 'Kim Il-sung III' expiram no momento em que deixarem de ser úteis, a Europa e a União já são um ridículo, os EUA são uma massa carcomida. Não há força que contrarie a resultante destas forças e muito menos será exequível a contenção e/ou a interrupção por via da «razão» e da persuasão - e isto porque a valia do corolário de Marcel Conche  - "através de um mecanismo curioso, graças á ausência de resposta, para tudo se tem resposta" - vale o mesmo, para nós e para os demais. E, em sentido amplo, lá voltamos a um dos antagonismos que, por  cálculo errado, criámos, não conseguimos 'negociar' ― o dissentimento, a desarmonia entre a(s) nossa(s) pressa(s) e o tempo. Algo que não passou despercebido a A. Malraux e que de forma superior testemunhou na imaginativa correspondência de Ling para A.D.
"o tempo para vós é o que fazeis dele, e nós somos o que ele faz de nós"

* Há algum exemplo mais expressivo ou posicionamento mais 'eloquente' do que a omissão de resposta da Europa, da União Europeia, dos Estados Unidos da América, da NATO, da ONU, à presença de milhares de militares (consta que mais de 12000) coreanos na frente de batalha, nas trincheiras braços dados com os miltares russos?



07/09/2024

Uma viagem desgovernada

Nos dois ou três meses subsequentes à matança de Bucha/Ucrânia a convite das tv’s andaram uns senhores/as, dias a fio – se não semanas –, a perorar sobre as consequências ao inescapável cumprimento do mandado de prisão, emitido pelo Tribunal Penal Internacional, a Putin. Na ocasião, tendo em vista a retórica ‘especializada’ desses catedráticos em lirismo, escrevi - https://pleitosapostilas.blogspot.com/2022/04/da-incompatibilidade-entre-lirismo-e.html

Já agora, na sequência da viagem do facínora à Mongólia, país membro do TPI, não estão interessados os próprios ou as respectivas estações de televisão em reaparecer para conjecturarem sobre a falência efectiva do Direito Internacional? da impotência da ONU? ...
A comunidade internacional anda à deriva, e sem freio. Ao sabor dos ‘humores’ e dos propósitos inconfessos de gente desprezível como Xi Jinping, Kim Jong-Un, Maduro, Ortega, Gustavo Petro, Erdogan, Bashar al-Hassad, Mohammad bin Salman, … e de gente presumidamente astuta como Macron, Charles Michel, Scholz, Marcelo, Pedro Sánchez, V.Orbán, … 
Até prova em contrário, por ora se não desde sempre a intersecção entre o Direito e a política descreve-se com a resposta de Konstantin Chernov, do FSB, ao chefe da segurança do banco
    ● “A Lei é apenas um ritual; o poder e a violência superam a Lei. As ideias são as únicas armas capazes de obliterar a história, os factos e a verdade.

É assim! Em 1933, Robert Musil escreveu
"O espírito da humanidade é, tal como o internacionalismo, como a liberdade e a objectividade, um valor que torna suspeito quem o detém, mais ainda, quem defende uma destas ideias torna-se suspeito da outra, já que revela não ter compreendido que a transformação é indivisível. Esta transformação postula uma totalidade em substituição da outra."
Assim continua!

29/08/2024

Ridicularias

Dei-me ao trabalho de ler a Deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social/2024/388 (OUT-TV) - Participações contra a RTP1 a propósito da exibição de uma entrevista a Marta Temido, cabeça de lista pelo PS às eleições europeias de 7 de agosto de 2024 (pendurei o PDF para memória futura) e ‘apanhei’ algo da Administração do Hospital de Santa Maria/Lisboa a ‘ameaçar’ com procedimentos judiciais quem, mais desbocado, diga ou escreva ‘coisas’ desabonadoras dos serviços e/ou profissionais da instituição.

Na realidade são dois actos que contam e valem nada. Tanto que são desmerecedoras do que vá além de duas conclusões, menores:
. A primeira é uma gargalhada entre o sarcástico e o desprezo;
. a segunda é que, espremidas, são reconfirmações do escrito por mim, anteriormente ― "estes censores ‘democráticos’ apenas se distinguem dos outros ‘fascistas’ porque os ‘fascistas’ eram comparativamente mais brutos; estes, os ‘democráticos’, são bem mais vis e sórdidos. Aqueles eram para ser levados a sério, estes são ridículoseu acho-lhes piada."
Há uma outra bem mais complexa, mas menos perceptível e muito mais nefasta: naqueles havia uma propósito coerente em termos ideológicos e sociais; nestes – por baixo de todas as outras razões –, o alfa e o ómega de cada um é o de irem preservando as suas vidinhas da ruína ― e por isso abocanham e se alapam nos ‘lugares’ como doidos. É por isso que possuem uma desmedida fobia 1. ao escrutínio, 2. à comparação e 3. ao mercado.
Quem os conhecia, desde sempre, e podia de forma categórica referir-se-lhes era o Vasco Pulido Valente. Escreveu ele que, raspando-se esta ‘tralha democrática', logo se revelam uns tiranetes. Processem-me!

26/07/2024

Do Facebook, para não variar

Há muitos, muitos meses, escrevi que Portugal seria algo ao qual me 'dedicaria' cada vez menos. Há muito que deixei de cantar o hino nacional pela simples razão de que deixou, até ver, de fazer sentido. Assim sucede e as vezes em que se o faço, é para realçar o «esterco» absolutamente nefasto que, apesar de tudo, continua a ser social e politicamente prevalecente (é o caso do Fernandes, coordenador do projecto da JMJ).

Hoje a comunicação social ‘enfatiza’ que



Abram, inaugurem casas de fado! Só para que os turistas e sobretudo os ‘indígenas’ possam optar por ouvir cantilenas tribais em vez de serem instigados a ouvir e dançar os «tradicionais» (ainda não é, mas para lá vamos) funaná, kuduru, kizomba, frevo, marrabenta, ...

A cretinagem progressista há seis décadas, por cá mais do que por lá, furibundos, indignavam-se com os ultrajes que lhes eram sugeridos com propostas da parte de Gilberto Freyre e outros luso-tropicalistas. Valeu-lhes a pena! Isto na perspectiva dos ‘herdeiros’. Fecharam a porta a uma realidade sobre a qual havia condições para trabalhar; esqueceram-se de fechar as janelas por onde entraria de sopetão, em bruto, e por imposição de um estado de necessidade dos 'anfitriões' com consequências de variadíssimas índoles que ainda não chegaram, de todo. Mas chegarão. Gozem-nas! 

24/07/2024

Os do Facebook também são

Ou não?!



Podia tentar entrar pelo varandim ou achar uma janela entreaberta, mas não. Passo! Não lhes dou essa confiança! 

18/07/2024

Os (nossos) inveterados democratas

Elon Musk revelou que a Comissão Europeia propôs às plataformas de redes sociais acordos ilegais, secretos, no período que antecedeu as recentes eleições europeias. O acordo pressupunha que as redes sociais sigilosamente censurassem os conteúdos e, em contrapartida, ficariam imunes a processos judiciais que redundariam em multas gigantescas e restrições à sua actividade comercial. O Facebook e a Google aceitaram, segundo Elon Musk.
A hipocrisia e o cinismo da Comissão Europeia é extrordinária ― Bruxelas alerta constantemente para a ameaça da Rússia via disseminação de notícias falsas, desinformação e discursos de ódio. Mas, se isto é verdade, também é verdade que as pulsões censórias são um modo de acção das elites da União. O desprezo pelos cidadãos e pela democracia assenta na presunção de que os burocratas e decisores da União Europeia sabem o que é melhor para a sociedade e, portanto, serão eles a decidir o que é discurso aceitável, o que pode e não pode ser dito.
O Regulamento dos Serviços Digitais é uma máscara; é um subterfúgio para controlar narrativas úteis aos interesses da oligarquia e, para o efeito, usa polígrafos, algoritmos de remoção de conteúdos, cancelamento de utilizadores inconvenientes, …
A censura ‘democrática’ é promovida por dirigentes políticos com a cumplicidade activa de algumas plataformas, e passiva da comunicação social tradicional." *

O Partido Socialista, e o governo de António Costa alapado nas costa da pandemia, assim fez. A excepção foi o Observador que prescindiu da ‘penhora’.
Luis Montenegro, agora primeiro-ministro, perante as dificuldades das marcas da Global Media Group DN, JN, O Jogo, Motor 24, TSF, … ― e a consequente jeremíada não descartou categoricamente eventuais apoios.
Entretanto - ai, as generalizações! -, a qualidade dos pregadores domésticos é mais ou menos esta 




Em Espanha o inveterado democrata socialista, Sanchéz, prepara-se e, para tanto, propõe-se



Telmo Azevedo Fernandes

19/05/2024

Agastamento de um senhor de fato


do sr. Sérgio Vitorino, 
editor do Correio da Manhã, com a (minha) «doença» 


Considerando a penúria da fundamentação dialética do sr. editor, basto-me citando uma locução latina
                      ― Sapiens nihil affirmat quod non probet 
(Não se deve afirmar o que não se pode comprovar)

Qual é afinal e logo (a título exemplificativo) com uma «brilhante»(!) carta do sr. Henry Stewart, inglês, ao sr. director do «Guardian» o fundamento do 'desprezo' do sr. Sérgio A. Vitorino com a minha ‘doença’?
1 - à superfície, a inexistência de crimes cometidos por quem anda de «kirpan». Tem provas?
2 - subliminarmente, o respeito devido «de quem está» pelas tradicões e costumes «de quem chega». Na linha deste raciocínio sugiro-lhe que, por exemplo, seduza (muitos) índios da tribo kawahiva ou piripkuras(não há pessoas mais despojadas), e mais uns centos de mumuílas, a virem para cá Mas, aloje-os nas suas cercanias! 

Parece-me que se esqueceu de ler a lei portuguesa sobre transporte de «armas brancas»; de aquilatar a conformidade legal do porte de kirpan.


23/02/2024

É um juízo de valor e outro processo de intenção, sim, senhores

Faz dois dias repliquei parte do que li no L’Opinion sobre as actuais dificuldades da indústria automóvel europeia e a apreensão com o futuro. Temor, exclusivamente concorrencial, face ao desempenho da indústria homóloga chinesa que irrompe à luz do dia com preços, dizem-nos, 30% inferior, e a óbvia incapacidade europeia para os emular. Repliquei o facto - e é este o desafio!
Hoje, o Diário de Notícias pespega na capa *

04/02/2024

Do Apeirógono (III) - 'Prémio' para partidos com mais votos em mulheres e negros

Regulamentação foi criada para estimular competitividade das candidaturas; mudança pune PSD, PSDB e PL e beneficia PSOL e PcdoB



Criada para estimular mais candidaturas competitivas de mulheres e negros nas eleições, a regra prevê contagem dobrada votos nesses candidatos para fins de distribuição de verba pública dos fundos eleitoral e partidário em 2024.

O Censo 2022 - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - mostra que 55,5% da população se identifica «preta» ou «parda» e 51,5% são mulheres.


Do apeirógono (II) - ¿Podemos confiar en los expertos?

«La pretensión de tener buen ojo para la pintura plantea dos grandes interrogantes. En primer lugar, ¿cómo se aprende esta habilidad? Y, en segundo lugar, ¿hasta qué punto son fiables las conclusiones? Aunque los mejores expertos emiten sus juicios en un instante, se basan en largos años de experiencia. Del mismo modo que los críticos literarios realizan una ‘lectura minuciosa’, los entendidos practican la ‘observación minuciosa’ de los cuadros durante horas, todos los días»

MI proyecto actual consiste en escribir una historia del oficio de los expertos, es decir, la práctica de juzgar obras de arte, especialmente pinturas, evaluar su calidad, atribuir estas obras (a menudo no firmadas) a un artista determinado y diferenciar un original de una copia (incluidas las falsificaciones). Estoy escribiendo esta historia desde el punto de vista de un historiador del conocimiento; será mi séptimo libro sobre el tema, cada uno examinando el conocimiento desde un ángulo diferente. Se centrará en Occidente desde el Renacimiento hasta la actualidad, sin dar por sentado que este arte de juzgar sea exclusivamente occidental (los expertos ya ejercían en China hace bastante más de mil años) o que surgiera de repente en torno a 1500. Al igual que muchas otras prácticas, es probable que esta existiera antes de que fuera documentada. En el siglo XVIII, la aparición de los grabados permitió a los expertos comparar obras dispersas por museos de distintas partes de Europa. En el siglo XIX, la fotografía hizo lo propio. En el siglo XX, la dendrocronología ayudó a datar las pinturas sobre tabla. Hoy en día, la inteligencia artificial ha empezado a utilizarse para la atribución, comparando las pinceladas de un cuadro determinado con las pinceladas típicas de un pintor concreto en el banco de datos de la máquina

Do Apeirógono (I) - The end of the social network

A new set-up for social media is solving some problems — and creating others

FACEBOOK MAY be turning 20 on February 4th, but it is just as much of a magnet for controversy and cash today as when it was a brash, break-everything teenager. On January 31st Mark Zuckerberg, the social network’s founder, was harangued by American senators over the spread of harmful material.
The next day, as we published this, he was poised to announce another set of glittering results for Meta, Facebook’s parent company, which is now valued at $1trn. Yet even as social media reliably draw vast amounts of attention from addicts and critics alike, they are undergoing a profound but little-noticed transformation. The weird magic of online social networks was to combine personal interactions with mass communication. Now this amalgam is splitting in two again. Status updates from friends have given way to videos from strangers that resembles a hyperactive tV. Public posting is increasingly migrating to closed groups, rather like email. What Mr Zuckerberg calls the digital “town square” is being rebuilt — and posing problems.This matters, because social media are how people experience the internet. Facebook itself counts more than 3bn users. Social apps take up nearly half of mobile screen time, which in turn consumes more than a quarter of waking hours. They gobble up 40% more time than they did in 2020, as the world has gone online. As well as being fun, social media are the crucible of online debate and a catapult for political campaigns. In a year when half the world heads to the polls, politicians from Donald Trump to Narendra Modi will be busy online.The striking feature of the new social media is that they are no longer very social. Inspired by TikTok, apps like Facebook increasingly serve a diet of clips selected by artificial intelligence according to a user’s viewing behaviour, not their social connections. Meanwhile, people are posting less. The share of Americans who say they enjoy documenting their life online has fallen from 40% to 28% since 2020. Debate is moving to closed platforms, such as WhatsApp and Telegram.The lights have gone out in the town square. Social media have always been opaque, since every feed is different. But TikTok, a Chinese-owned video phenomenon, is a black box to researchers. Twitter, rebranded as X, has published some of its code but tightened access to data about which tweets are seen. Private messaging groups are often fully encrypted.Some of the consequences of this are welcome. Political campaigners say they have to tone down their messages to win over private groups. A provocative post that attracts “likes” in the X bear pit may alienate the school parents’ WhatsApp group.

Do apeirógono - Portrait d’une révolte anti-européiste

Il n’était pas faux de voir dans le mouvement des agriculteurs un mouvement social européen, comme on l’a souvent entendu, mais il fallait surtout y reconnaître une révolte antieuropéiste généralisée. Les événements sont venus confirmer cette impression : c’est à Bruxelles que le gouvernement français a dû se rendre pour négocier des concessions pour ses agriculteurs, comme s’il n’était plus qu’un syndicat des intérêts nationaux dans le cadre européen, sur lequel il fallait faire pression. Le vrai pouvoir, pour une fois, s’exposait, et s’exposait même fièrement, surplombant les peuples, les nations, les États.
Il faut toutefois définir correctement l’européisme. L’européisme n’est pas la civilisation européenne, ni même la construction européenne, mais une idéologie empruntant à l’europe son nom tout en ayant peu à voir avec elle. L’européisme est d’abord un intégrationnisme continental sans fin, dans la mesure où la construction européenne ne doit jamais cesser, et s’étendre sans cesse, comme en témoigne la tentation toujours renaissante d’y associer de nouveaux États, comme en témoigne aussi le désir de multiplier les accords de libre-échange à la grandeur du monde, l’européisme semblant ici se confondre avec un mondialisme ne disant pas son nom, comme en témoigne aussi son immigrationnisme forcené. L’UE se présente comme le moteur de l’unification mondiale et doit broyer les nations particulières qui ne consentent pas à s’y dissoudre – elles sont alors accusées de verser dans l’égoïsme national. Elles ne trouveront une certaine grandeur morale qu’en abdiquant leur souveraineté – généralement en renonçant à la règle de l’unanimité au niveau communautaire.

20/01/2024

De que país(es) nos falam eles?

[Nota prévia: solicito e agradeço que o post seja lido com a indulgência e condescendência com que lêem outros de sensibilidade e conclusões diferentes ou opostas. Das gravuras anexas cada qual que tire as suas conclusões - eu desobrigo-me.]
Falam-nos de algo que, na realidade, não existe. E se por acaso aludem à necessidade do restabelecimento de uma pequena série de valores que, para as gerações nascidas no dealbar do séc. XXI, representam «zero»; para os próprios são o ramerrame. Teoricamente podiam abster-se de as fazerem, mas, de facto é-lhes impossível não as fazer. Além do mais há que reconhecer(-lhes) a óbvia desorientação e impotência perante o manancial de solicitações e exigências de toda a ordem e natureza mercê da comum deficiência de 'envergadura' na compreensão, pior, na antecipação das tremendas dinâmicas em relação às quais são em rigôr alheios. No seio destas obviedades há uma outra, vital, e que simplificando resumiria assim: constatada a falência da vontade e a ausência de empenho opta-se pela sacramental ou melhor, a oportunista inércia dos condenados. Depois o desespero leva-os a decisões (ou intenções) ridículas. Com que olhos se pode apreciar a decisão de Macron em pôr as crianças e pré-adolescentes, de ora em diante, nas escolas, a cantar «A Marselhesa»? Quem simultaneamente anda mundo afora rogando compreensão e perdão dos 'desmandos' franceses! Mas como fizeram eles este caminho? Quem acolheu Khomeini? Onde se refugiou o ‘imperador’ Bokassa? [Toca pois a receber os agradecimentos] Quem ao mesmo tempo propõe e dá respaldo a decisões na UE de uniformização, globalizantes! (desconsiderando que o contrário, os nacionalismos, já são aparentemente infactíveis)
A zona que se interpõe entre a mentira de tudo e a verdade iluminada de nós próprios é um baldio para os outros, e no qual se constrói a «psicologia das multidões»”
Vergílio Ferreira
2024 é um ano comemorativo. Desejam que seja jubilatório, mas falharão; farão o necessário para que seja liturgicamente impressivo, mas não será. As salmodias serão retrospectivamente dionisíacas e prospectivamente miríficas. As rábulas serão compósitas, e as plateias mandam. O dogma é «Os intrépidos, abnegados democratas resgataram-nos daquele portal do Inferno em que estávamos atolados»
A lírica, a prosápia sobre o decurso democrático de cinco décadas conterá tudo o que seja necessário por forma a esconder ou dissimular o contínuo cortejo de falhanços arrebatamentos (pelo povo), utopias (para o povo), descaramentos (com o povo), indecências (legitimadas pelo povo) e de poucas-vergonhas considerando os ciclícos escarcéus políticos, as consabidas e inúmeras vidas de pirata e não poucos de autêntico gangsterismo que vicejaram a coberto ou dentro dos partidos, o corropio à roda da mesa do orçamento, a contumácia e as múltiplas acções de pilhagem com cobertura política, etc
A pergunta não é retórica. Existem, em Portugal e na Europa, uma multiplicidade de dados que há uma década podiam ser considerados sinais inquietantes, mas presentemente são evidências alarmantes. Ainda assim depreciadas. Dessas cinjo-me aos demográficos pelo que representam na paleta de mudanças societais e que, pela sua natureza, contêm dinâmicas irrefreáveis e ainda menos reprimíveis. A Europa, sempre, por razões conjunturais e de curto prazo, manteve fechadas as várias janelas de oportunidade que se lhes depararam. Foram desvalorizados por meras conveniências políticas E sempre por tacticismo. Foram sub-valorizados, retorcidos e moldados de uma forma ideologicamente o mais coerente possível por uma parte avassaladora da academia e da presumida ‘intelectualidade’. E quem fosse dissonante, os menos volúveis, era/é de imediato submerso por um chorrilho de adjectivos pouco edificantes e substantivos «com forte marca» e, popularmente ― os psitacídeos não aprendem línguas, repetem vocábulos! ―, por impropérios.
"Há uma distância infinita entre a aparição da verdade, a imediata evidência de seja o que for, e até mesmo o seu reconhecimento; quando olhamos a evidência pela segunda vez já ela está alinhada, classificada, endurecida entre as coisas que nos cercam. Eis porque ignoramos ou esquecemos depressa a face do que há de estranho nos factos mais banais."
Vergílio Ferreira









10/12/2023

Woke

é, a jusante, a justaposição (fatal) da abjecção esclarecida numa manta de ordinário cretinismo.

A história é fácil de contar. Na sequência do conflito no Médio-Oriente – o ataque a Israel pelo Hamas, em 7 de outubro, e a resposta israelita no «covil» – ocorreram incidentes anti-semitas e islamofóbicos — graffitis, vídeos que mostram a destruição de cartazes com fotografias dos reféns do Hamas — em várias das mais prestigiadas universidades americanas – Harvard, Philadelphia, Cornell, Columbia e Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). 
O Comité de Educação do Congresso convocou os presidentes das respectivas universidades para inquirição. Os presidentes admitiram a ocorrência de incidentes. Perguntada se o "apelo ao genocídio contra os judeus" violava as directrizes sobre bullying e assédio, a presidente de Harvard, Claudine Gay, respondeu
                                     - "Podem ser, dependendo do contexto."
E mais disse Claudine Gay:
- "... a liberdade de expressão é uma obrigação." (E é!)
Os outros presidentes expressaram opiniões semelhantes.

Fica patente que o «contexto» está confinado à homologação dada pela esquerda, lato sensu. Se assim não é então tudo - verbo e acções - o que venha da direita não-idiota, leia-se extrema-direita, está obrigatoriamente confirmado. Há muitas Constituições para rasgar. É isso?

28/10/2023

Eu quero ir à guerra

Entre nós o ridículo não mata, sequer deslustra. Que papelinho!
Perdoem-me, mas este denodo e abnegação profissional tocam-me. Ando muito susceptível.



17/07/2023

Não haverá anti-histamínico que debilite a urticária

Apreciação que subscrevo ponto por ponto com excepção da resposta, "Talvez não", à interrogação, coloquial, de cariz heurotemático. A (minha) resposta é um categórico «Não». Não, mesmo excepcionando os prosélitos da 'causa' subjacente - a globalista. Quer a que se revela acentuando o seu estrito carácter tecnocrático, quer as que sibilinamente não perdem de vista o 'meridião'/rumo ideológico. E, a esses, ainda acrescento todos os que abarrotam o saco da pusilanimidade; um mundo. Bom proveito lhes faça, e a mim não desassossegue. Nunca por nunca me compadecerei com o destino de quantos se deitam em camas por si feitas. 

P.S.: destas minhas 'cogitações' estão excluídos tudo o que, no assunto em apreço, caia na alçada do ilegal, lato sensu - entre nós ou onde fôr. Nesta matéria, a ilegalidade deve ser considerada e tratada sempre como algo na vizinhança do banditismo ou banditismo.


22/04/2023

A era do pseudoconhecimento

Looking at the impacts of the computer browser, the printing press and psychoanalysis could help prepare the world for AI

AMONG THE more sombre gifts brought by the Enlightenment was the realisation that humans might one day become extinct. The astronomical revolution of the 17th century had shown that the solar system both operated according to the highest principles of reason and contained comets which might conceivably hit the Earth. The geological record, as interpreted by the Comte de Buffon, showed massive extinctions in which species vanished forever. That set the scene for Charles Darwin to recognise such extinctions as the motor of evolution, and thus as both the force which had fashioned humans and, by implication, their possible destiny. The nascent science of thermodynamics added a cosmic dimension to the certainty of an ending; Sun, Earth and the whole shebang would eventually run down into a lifeless “heat death”.

20/04/2023

Pode-se transformar um aquário numa sopa de peixe

Quem nunca perdeu tempo com Leszlek Kolakowski, filósofo polaco, desconhecerá a «Lei da Cornucópia infinita» - assim foi 'baptizada' por ele. Ou saberá, porque lendo John Le Carré e crendo no background intelectual do autor, a dado passo, deparou-se com uma referência à dita. E o que tem isso a ver com o texto aqui editado? Tem porque 'defendeu' ele que 'há um número infinito de explicações para qualquer acontecimento, ilimitado, independentemente do tipo e/ou das circunstâncias.', ou seja, aconteça o que acontecer será explicado. E 'a cornucópia' até serve para explicar e justificar a normalidade anormal! 
À parte a verosimilhança 'da cornucópia' o certo é que há uma anedota russa que calça como luva no texto ínsito - «Sabemos que se pode transformar um aquário numa sopa de peixe. Mas a questão é: consegue-se transformar, de novo, a sopa de peixe num aquário?»


History loves unintended consequences.The latest example is particularly ironic: Russian President Vladimir Putin’s attempt to restore the Russian empire by recolonizing Ukraine has opened the door to a postimperial Europe. A Europe, that is, that no longer has any empires dominated by a single people or nation, either on land or across the seas—a situation the continent has never seen before.
Paradoxically, however, to secure this postimperial future and stand up to Russian aggression, the EU must itself take on some of the characteristics of an empire. It must have a sufficient degree of unity, central authority, and effective decision-making to defend the shared interests and values of Europeans. If every single member state has a veto over vital decisions, the union will falter, internally and externally.

Europeans are unaccustomed to looking at themselves through the lens of empire, but doing so can offer an illuminating and disturbing perspective. In fact, the EU itself has a colonial past. As the Swedish scholars Peo Hansen and Stefan Jonsson have documented, in the 1950s the original architects of what would eventually become the EU regarded member states’ African colonies as an integral part of the European project. Even as European countries prosecuted often brutal wars to defend their colonies, officials spoke glowingly of “Eurafrica,” treating the overseas possessions of countries such as France as belonging to the new European Economic Community. Portugal fought to retain control of Angola and Mozambique into the early 1970s.
The lens of empire is even more revealing when one peers through it at the large part of Europe that, during the Cold War, was behind the Iron Curtain under Soviet or Yugoslav communist rule. The Soviet Union was a continuation of the Russian empire, even though many of its leaders were not ethnic Russians. During and after World War II, it incorporated countries and territories (including the Baltic states and western Ukraine) that had not been part of the Soviet Union before 1939. At the same time, it extended its effective empire to the very center of Europe, including much of what had historically been known as central Germany, restyled as East Germany.
There was, in other words, an inner and an outer Russian empire. The key to understanding both Eastern Europe and the Soviet Union in the 1980s was to recognize that this was indeed an empire—and an empire in decay. Decolonization of the outer empire followed in uniquely swift and peaceful fashion in 1989 and 1990, but then, even more remarkably, came the disintegration of the inner empire in 1991. This was prompted, as is often the case, by disorder in the imperial center. More unusually, the final blow was delivered by the core imperial nation: Russia. Today, however, Russia is straining to regain control over some of the lands it gave up, thrusting toward the new eastern borders of the West.

GHOSTS OF EMPIRES PAST