Mostrar mensagens com a etiqueta etapas históricas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta etapas históricas. Mostrar todas as mensagens

01/12/2023

Daquela jornada libertadora

Do ambiente pesado e da indignação ― surda, pelo que é dado saber ― com a permanência e administração do ergástulo, por parte dos castelhanos, até Filipe III

«Filipe III visita Portugal em 1619 por lhe ter constado existir por cá um clima de enorme descontentamento e dificuldades. 
A 29 de de junho o soberano fazia a sua entrada solene na capital. Lisboa serviu então de cenário às mais espectaculares festas até aí promovidas por qualquer poder, pronunciando o doutor Inácio Ferreira, deputado da Mesa da Consciência e Ordens, uma arenga em que pedia a transferência da Corte para esta cidade. O orador fazia-se eco de uma questão muito falada e que até se tornara tema de obras literárias – a mais conhecida é Do Sítio de Lisboa. Sua Grandeza, Povoação e Comércio, da autoria de Luís Mendes Vasconcelos.
O rei convocou Cortes, inicialmente para Tomar, mas acabou por as reunir em Lisboa. À capital "começaram de vir os fidalgos portugueses mui ricamente ataviados, estando os castelhanos pasmados de verem tanta soma de fidalgos; neste dia e neste auto e nesta cidade se achou todo o Portugal" (Memorial de Pero Roiz Soares, p.426). Acrescenta o cronista que para esta ostentação muitos se “empenharam e endividaram e venderam muitas fazendas para fazerem muitas e muito ricas librés para os criados e vestidos para eles”»
 . Carlos Margaça Veiga in História de Portugal dirigida por João Medina

Depois... depois entraram em cena Filipe IV, o conde-duque de Olivares e, no antro, Miguel de Vasconcelos, a duquesa de Mântua, etc...

«A urdidura da conspiração destinada a libertar Portugal foi obra de um grupo de fidalgos – António Mascarenhas, Antão de Almada, Miguel de Almeida, Pero de Mendonça, Francisco de Melo, João da Costa – que obteve a maior colaboração do dr. João Pinto Ribeiro, que representava o Duque de Bragança em Lisboa. E de outros como o pe. Nicolau da Maia, o arcebispo de Lisboa, D. Rodrigo da Cunha. Muitos historiadores – de Rebelo da Silva, na sua História de Portugal nos sécs. XVII e XVIII, a Rodrigues de Carvalho, em várias das suas obras - sublinham o relevante papel dos Jesuítas e dos judeus.»
 . Domingos Mascarenhas in Biografia duma nação

e cerca de 120 tipos mal ajambrados convergiram para o Paço da Ribeira... A notícia da revolução vitoriosa alastra com vertiginosa rapidez pelo país. E não há uma voz discordante sequer uma veleidade de resistência.
O resto é a consabida jornada, gloriosa e libertadora.