17/07/2023
09/06/2023
Um sensato 'discurso'
29/05/2023
Evolução
01/04/2023
'Minhocas para os gorgomilos de um bando de azêmolas' *
23/03/2023
Uma determinada 'cartografia'. Mas ...
11/03/2023
Todas as construções humanas são combinatórias
"Foi com horror que descobrimos que a quantidade de pessoas é mais decisiva do que a qualidade das verdades. (...) O meu problema não é aperfeiçoar a minha consciência, mas saber até que ponto a minha consciência é minha." *
16/02/2023
De mal-entendidos se faz uma imensa mistificação
A quem aproveita?
Essa opinião está errada. Quer dizer, estritamente falando, está errada. Repare, o jogo aí é utilizar a palavra “país”. É isso que condiciona, deturpa e esconde o que foi a realidade. Os estados do norte dos Estados Unidos da América já estavam a abolir a escravidão. Começaram a fazê-lo na década de 70 [do século XVIII], ou seja, quase 30 anos antes de o Haiti se ter tornado independente [em 1804]. O Vermont, a Pensilvânia, Nova Iorque… A pouco e pouco, esses estados do norte dos Estados Unidos iam abolindo, de uma forma gradual, a escravidão. Mas naquilo que viria a ser o Haiti, já a França tinha abolido a escravidão. Ou seja, o primeiro país a abolir a escravidão, foi a França. Globalmente, foi a França, em 1794, em plena revolução francesa. O comissário francês que na altura estava na colónia francesa então chamada São Domingos [Saint-Domingue ], um indivíduo chamado Sonthonax, em 1803 decretou a abolição da escravidão. No ano seguinte, a Assembleia em Paris ratificou a medida do seu comissário e aboliu em todas as colónias da República Francesa. Portanto, o primeiro país a abolir a escravidão foi a França. É verdade que, adiante, no tempo de Napoleão, a medida foi revertida. Em 1802, Napoleão repôs a escravidão. E quando o Haiti se tornou independente constitucionalmente, em 1804, aboliu definitivamente a escravidão nessa região. Mas, como vê, a história é mais complexa do que essa visão taxativa. De facto, os abolicionistas foram decisivos. Sem os abolicionistas, boa parte dos quais brancos, não teria havido abolição. Isto não é uma opinião exclusivamente minha. Muitas colegas historiadores defendem este ponto de vista, mas são quase todos velhos como eu, não é? Anteriores à chegada do wokismo.
19/01/2023
03/09/2022
Da estultificação em curso
29/07/2022
O encandeamento
05/06/2022
Llosa
10/04/2022
Da incompatibilidade entre lirismo e política
“quando os factos se dependuram no museu da História vão já despidos das manhas com que a malícia dos homens os embrulham e então, as ideologias, as ofensas, tudo aquilo com que a gente pretende negar as bestas que somos ” faz o resto.Fiz-me entender?!
10/03/2022
As ovelhas de Panurgo
Ontem, certa comunicação social destacou as acusações de Pep Guardiola aos políticos do mundo ocidental quanto à invasão da Ucrânia; hoje num jornal e num canal de televisão são destacadas acusações de José Milhazes de semelhante índole – “a condenação da comunidade internacional à Rússia foi tardia e devia ter acontecido, em 2004, no início de uma série de acontecimentos que originaram o actual conflito”.
Acusações ― todas e sem qualquer restrição ― que eu subscrevo. Acusações que são merecidas, não devem ser esquecidas, menos ainda poderão ser omitidas e, tombe o barco para onde tombar, jamais silenciadas. Existe, todavia, o sentido de oportunidade que, em ocasiões de grande tremideira, objectivamente servem os desígnios do inimigo. A ocasião para o ‘dedinho acusador’ não é este. Toda e qualquer brecha ― qualquer que seja a sua natureza e/ou âmbito ― é uma dádiva. É por isso que Panurgo * espera para levar a sua adiante. Neste como em quaisquer outros acontecimentos terá de haver consciência, por parte de quem profere sentenças, de que nada de essencial mudou. Até porque para se levar a elucubração ao ponto que deve ser levada a responsabilidade, depois de dever ser assacada aos políticos, não pode deixar nunca desresponsabilizar os respectivos rebanhos. No (nosso) mundo ‘livre’, as castas políticas são sufragadas livremente e ciclicamente – os próprios, os partidos que os sustentam, as propostas que fazem, …
Não é plausível que as ovelhas modifiquem a sua natureza e comportamento mas, mesmo assim, e, por mais que elas balam, não há forma de as isentar do selo de perpetradoras.
~ • ~
* Desconhecem?! Leiam
François Rabelais.
Panurgo, para se vingar de um
desonesto vendedor de ovelhas, comprou-lhe uma e, em alto mar, atirou-a borda fora. Instintivamente
o rebanho seguiu-a.
10/02/2022
E tudo porque,
10/10/2021
10/08/2021
Uma ‘coisa’ leva à outra (3)
Ao ler a crónica de Paulo Carmona, no Jornal de Negócios ‒ Combater a pobreza, a sério ‒ não tive como não lembrar o comportamento de Baudino n’ A formiga Argentina (Italo Calvino) ― o responsável pelo «Departamento de luta contra a formiga argentina» a quem, naturalmente, toda a gente rogava ‘conselhos para se livrarem da praga daquela espécie mais impiedosa que térmitas africanas’ e que, invariavelmente, respondia ‘trabalho, muito trabalho; não há outro remédio’.
Muitas peripécias depois ficou a saber-se que Baudino 'lhes dava reconstituintes' em vez de extinguir ou controlar a praga.
12/03/2021
Germinal
L’homme est apparu sur les plateaux de télévision, visiblement affecté. Indigné. De son léger accent allemand, le professeur agrégé a décrit la polémique à l’Institut d’études politiques (IEP) de Grenoble, le placardage de son nom et de celui d’un de ses collègues, avec ces mots, «des fascistes dans nos amphis», les enseignants et la direction de l’IEP, bien sûr solidaires, dénonçant une «mise en danger» par ce placardage et sa di|usion sur les réseaux sociaux, mais sans jamais s’avancer sur le fond. Sans jamais affirmer clairement qu’un professeur refusant le concept d’«islamophobie d’État» et distinguant la «peur de l’islam» de la «détestation envers les musulmans», que l’on soit d’accord ou non avec cette position, n’a rien d’un fasciste.
01/12/2020
No decesso de Eduardo Lourenço
Mais
do que louvaminhas, há que fazer por merecer. Fazer por merecer é dar o
destaque ao que do seu labor intelectual e reflexivo se deve reter para deixar(mos)
de ser o que (fomos) somos e que sendo intrínseco, idiossincrático, sempre contribuiu
para contínuos malogros; mais do que ‘numa luta surda, mas tenaz e
incoercível’ cerzir(mos) êxitos.
Não se trata de carpir(mos) e sim de ser(mos) consequente(s) ou seja, inteligente(s). Não se trata de cantar eventuais e transactas glórias, mas verberar passados e presentes falhanços colectivos. Dispensam-se loas a alguns dos momentos maiores da sua extensa obra ‒ «O labirinto da saudade» e «O esplendor do caos». E é o momento de reter o que a intelectualidade caseira, e a patuleia por maioria de razão, sempre fez por esconder, encobrir, disfarçar, mascarar até ‒ se para coisa diversa não fôr que sirva ao menos para, como escreveu, lograr(mos) “fugir dessa imagem reles de nós mesmos”.
Perpassam na minha mente o capítulo «Somos um povo de pobres com mentalidade de ricos» em concreto os sub-capítulos i) O trabalho para o preto, ii) O tradicional grito de «pouca sorte», iii) O aparato e a aparência e iv) Portugal, uma mina para Freud… e «Do intolerável» (de uma intervenção num colóquio organizado pela Fundação Marquês de Pombal em Outubro de 1996).
Reconhecido.