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01/04/2023

'Minhocas para os gorgomilos de um bando de azêmolas' *

Da brigada opinante que opera na comunicação social um dos que ainda ouço é José Miguel Júdice. Dos restantes ‒ do Marques Mendes ao Paulo Portas … já se me turva a ideia das respectivas fisionomias e de ‘mesas redondas’ com Oliveiras, Lopes, Claras, fujo.
Esta semana, Júdice sugeriu a leitura de «Correspondência – Eduardo Lourenço, Jorge de Sena», sem esboçar a mínima justificação instigadora: desconheço se por falta de tempo. Facto é que merece ser lido na minha perspectiva porque o que mais tem havido, anos e anos a fio, é especialistas a sacar de E.L. para armar ao pingarelho e a divagar de forma absolutamente tortuosa e, sem acaso, a tortuosidade é constituída por uma resma de omissões inconvenientes aos predicatórios; ou seja, para que aqueles que emprenham pelos ouvidos, a maioria, permaneçam numa ignara existência sem lhes tolher os caminhos para a beberragem do fino.
Como escreveu Lourenço, citando Göethe, “o povo que efectivamente trabalha e para quem a maioria das revoluções, que se fazem em seu nome, não significam mais que a possibilidade de mudar de ombro para suportar a costumada canga” ou “não trabalhar foi sempre, em Portugal, sinal de nobreza” ou “os portugueses vivem em permanente representação, tão obsessivo é neles o sentimento de fragilidade (…), e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura”, etc … são (algumas das) proposições, postulados, sistematicamente ‘obliterados’ por parte da mestrança panegirista. Mas melhor, mais útil, esclarecedor, são as considerações de toda a ordem sobre ‘os inconvertíveis e liliputianos coríntios da nossa comum e irredenta cultura’ (1982).
Nutria, pela maioria deles, um respeito intelectual e uma consideração pessoal notáveis.
Da caneta de Jorge de Sena, mais impetuoso, é um fartote.

* "(...) a cambada está a ganhar, Não vale a pena, Portugal é daquilo, e as gerações sucedem-se cada uma mais canalha que a outra" - Jorge de Sena, 1972

05/06/2022

Llosa

sobre um livro alheio e, de passagem, umas notas sobre um dos maiores pulhas do séc.XX

23/01/2022

A dogmática da Abrilíada

Na CNN perorava a escritora, Dulce Maria Cardoso, que, pelo que me é dado saber, atingiu o ápice literário com um livro, O Retorno, que espreme a casca do limão da descolonização. 
Afirmou a senhora de forma a infundir respeito 
Portugal partiu com um atraso muito grande (…) nós, país, fizemos um longo, longo caminho da revolução de Abril até agora (…) olhando para este país… é um salto imenso”(sic)

Esta gente, sempre que se lhe apresenta uma ocasião, não a despediça e aproveita para dizer ‘coisas’ de forma enxuta, ou seja, sem que haja quem lhes interrompa a jactância e os confronte com a exigência de justificação quer qualitativa quer quantitativa.
No caso a empáfia da senhora é lavrada com que cotejadores? Compara o quê, com quem?
Questiono porque a verdade só confirma os termos se, e apenas se, a comparação fôr com duas dúzias de países da África central e austral, dúzia e meia da América do Sul e Central,…
                                                                         〰
          1 - “Portugal partiu com um atraso muito grande
Com atraso semelhante partiu a Espanha e com atrasos bem piores partiram praticamente todos os que estavam presos na ‘malha democrática’ ou ‘popular democrática’ como a Polónia, república checa, Eslováquia, Moldávia, Lituânia, Bulgária, Roménia,…
         2 - “fizemos um longo, longo caminho da revolução de Abril até agora
No caso em apreço o «longo» funciona na inversa do pretendido: é que muitos dos outros fizeram, até prova em contrário, mais e melhor em menos tempo.
        3 – “é um salto imenso
Admitindo que foi. Então como se adjectiva o que foi dado pelos forasteiros? Colossais?!