Mostrar mensagens com a etiqueta Portugal. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Portugal. Mostrar todas as mensagens

17/07/2023

Não haverá anti-histamínico que debilite a urticária

Apreciação que subscrevo ponto por ponto com excepção da resposta, "Talvez não", à interrogação, coloquial, de cariz heurotemático. A (minha) resposta é um categórico «Não». Não, mesmo excepcionando os prosélitos da 'causa' subjacente - a globalista. Quer a que se revela acentuando o seu estrito carácter tecnocrático, quer as que sibilinamente não perdem de vista o 'meridião'/rumo ideológico. E, a esses, ainda acrescento todos os que abarrotam o saco da pusilanimidade; um mundo. Bom proveito lhes faça, e a mim não desassossegue. Nunca por nunca me compadecerei com o destino de quantos se deitam em camas por si feitas. 

P.S.: destas minhas 'cogitações' estão excluídos tudo o que, no assunto em apreço, caia na alçada do ilegal, lato sensu - entre nós ou onde fôr. Nesta matéria, a ilegalidade deve ser considerada e tratada sempre como algo na vizinhança do banditismo ou banditismo.


16/07/2023

Êxitos lusitanos

A nossa proficiência nesta matéria, e nas correlatas, é inquestionável. É a 'natureza', senhores - a natureza! É o chamamento do sangue! Saúdo os olhos arregalados dos rastreadores, mas os resultados sabem-me geralmente a pouco. Gostava de saber o 'peso' da denúncia na checagem institucional - se esses dados existem, não os conheço. Sempre me pareceu que a denúncia é motivada mais pelo ressabiamento e pela vingança «de quem esperava comer e não lambeu» do que por quaisquer assomos ético-morais, de cidadania. Não nos diferenciamos com distinção apenas pelo fado, pelo bacalhau e sardinha assada. Nem será por acaso que somos mestres na tiborna, melhor do ninguém nos miscigenamos, na maioria das vezes ajavardámo-nos, e somos tão afeitos ao trópico de capricórnio. Deve ser porque é a descer - e, a descer, todos os santos ajudam.



13/07/2023

Rábulas sem mérito

porém, merecidas.
"Uma sociedade que se levasse a sério ....", escrevia eu, incorrectamente. Se se levasse a sério não teria passado pelo que passou, antes e depois do 25 de Abril; não se tinha sujeitado a estender a mão à 'caridade' internacional a cada década e meia e, cinco décadas depois, não estava disponível para o bombardeio quotidiano desta torrente de rábulas. E por contadores de rábulas temos que não há instituição que se salve: nem daquelas 'coisas' denominada Procuradoria-Geral d(est)a repúblicaMi(nis)tério público e outras 'loisas' como Cresapet al.
Também já não procede gritar/clamar por vergonha: era necessário que, quantos procedem sem pingo de vergonha, reconhecessem a desonra. Ora se não há causa, não há efeito. Lá vai o tempo em que "vergonha era roubar" - e
 ainda assim havia ladrões! Já não há a quem as faces se lhes ruborizem pelo pejo ou sequer pelo opróbio.
O que é mérito? Mérito, competência, eficácia, eficiência, ... são conceitos rigorosamente estabelecidos e enquadrados. De tal forma que, entre nós, aos genitores e/ou às genetrizes lhes resta somente lamentar embora, para mim, eventuais ou efectivas jeremíadas são questionáveis, e suspeitas. O mérito é um substantivo incompatível com o «nosso jeitinho de». Nem o regime procura quem pretenda mais do que ser um reconhecido comissário, ou intendente, ou ... pessoas de plasticina. Nada disto é senão as rábulas servidas por todo esse legitimado putedo franciscano. Cada qual, mas todas, com um propósito inconfesso.
Wittgenstein advertiu que os problemas afloravam quando a linguagem ia de férias ou seja, o perigo de tratar as palavras como se o seu significado fosse arbitrário. 

09/07/2023

"O que preocupa as pessoas são temas diferentes"

A porta voltou a abrir-se à saída de mais um governante - o 13º em ano e meio de maioria absoluta. O ritmo abrandou, mas a falta de vergonha e de noção mantém-se. A verdade é que
governar deixou de ser coisa de gente sériaAinda que uns poucos da velha guarda permaneçam impolutos, o grande legado da governação de Costa é a arte da fintaPelo caminho, fica o país mal governado e mal amanhado, fruto das medidas de gestão de crise tomadas com o mero propósito de limpar a cara e garantir a sobrevivência política.
. Joana Petiz

O que preocupa (?!) as pessoas são temas diferentes.

05/04/2023

Um coio, a TAP,

neste imenso valhacouto, Portugal. É a praxis do Partido Socialista, aliás, em conformidade com os preceitos da melhor sua melhor tradição. Gerar e alimentar expectativa(s) que levassem a um desenlace diferente é irremediavelmente um anseio confinado a um perímetro asnal. Não espanta - compõe a doxa nacional.
〰 〰 〰

O ex-secretário de Estado das Infra-estruturas, Hugo Mendes, terá pedido à CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, para adiar um voo de Moçambique que tinha como passageiro, o Presidente da República. Na troca de mensagens, a CEO da TAP expõe ao ex-governante a preocupação quanto à exposição do pedido.

A minha preocupação é que se isto se torna público, e podemos ter a certeza de que se tornará, não vai ser bom para ninguém, não achas?"

Em resposta, Hugo Mendes escreve

“(…) entendo que isto possa ser algo irritante para ti, mas não nos devemos permitir a perder o apoio político do PR. (…) Ele tem-nos apoiado quanto à TAP, mas se o seu humor mudar, está tudo perdido (…) Uma frase vinda dele contra a TAP/Governo vira o país todo contra nós. (…) Ele é o nosso principal aliado político, mas pode tornar-se o nosso maior pesadelo.”

31/03/2023

Mitologia comparada

Bem comparado é se se considerar que o rei nunca mandou limpar os estábulos;
Bem comparado é se se considerar que o gado do rei  Áugias * produzia imenso esterco;
Mal comparado é se se considerar que o gado que o rei* lá guardava lá era do mais sadio que podia existir;
Mal comparado é se se considerar que houve um Hércules disponível para esse «quinto trabalho»**;
Mal comparado se se considerar que Hércules encarou o desafio, e venceu ***.

04/03/2023

Modo de estar ou modo de ser? *

É o nosso «modo de estar» porque a maioria das sociedades com as quais nos devíamos comparar  seria um bom ponto de partida se assim fosse mas suspeito que o é somente no âmbito da mais inócua retórica  não possuem ponderáveis dissemelhanças de «modo(s) de ser», mas lograram evidentes e melhores «modo(s) de estar». 
                                                             ~ ~
          O nosso quotidiano regista um pico de casos que, aparentemente, causam generalizada comoção e frémito públicos. São os casos dos 
abusos sexuais no seio da igreja católica e o dos assédios na Universidade de Lisboa. Ambos tomaram esta dimensão ― tarde saíram à luz do dia! ― por mimetismo (ou simpatia) por influência e sob os ecos de (anos a fio) de processos idênticos na estranja - nenhuma onda de denúncia e acusação deixou, antes, de ter condições para se efectivar. A dimensão dos casos no seio da igreja é o que é por se tratar de um cúmulo de décadas e décadas de conivência e silenciamento criminosos - não aconteceu no seio da Casa Pia, há décadas, sem que alguém se chegasse à frente?! Já agora: deixou de acontecer?   

          Para os intoleráveis casos de assédio nesse campus aos/às imberbes, e outros, a minha intolerância ainda é maior por razões várias, e que não enfatizo sem antes contar até quinze. Relato um caso em que intervim
 🔑 1972, era eu um fedelho, liceal; no decurso de uma aula de Matemática, o professor (FWdeM) exgiu a uma aluna que escrevesse mais alto no quadro. A ideia do voyeur era obviamente fazer com que a aluna (NVS), no movimento, exibisse as coxas mercê da bata curta. Levantei-me, disse à aluna que não o fizesse, avisei o professor, abandonei a aula, bati à porta do reitor (dr. Vargas Pessegueiro), e comuniquei o que havia a comunicar com as exigências que entendi propositadas. Ficou encerrado o caso e, que me conste, o professor jamais tentou fazer-se engraçadinho com menina alguma, e por maioria de razões com aquela.
É comum dizer-se que "ninguém dá o que não tem". Acrescento: se estiver disposto ao 'incómodo'. 
                                                           ~  ~
Engasgai-vos no vosso vómito, chafurdai na lama que criais, afogai-vos na merda em que sobreviveis e na qual outros, poucos, vicejam.
                                                                                       Vive valeque

* título do último livro de João Maurício Brás

25/08/2022

Surpresa!

Os vossos socialistas são cá uns neoliberais!

17/01/2022

Da improbidade

Fazia menção de remeter à reclusão até à apuração final da decisão do eleitorado, a apreciação às peripécias partidárias. É impossível — e, a impossibilidade, não é por achar que seja devedor de solidariedade ou que tenha ser recíproco para com os meus concidadãos. Não devo, não tenho.
—  •  —
Quem me segue, saberá o que chamei a Fernando Teixeira dos Santos quando ele era ministro das finanças de Sócrates, o que chamei a Vieira da Silva ao tempo de Sócrates e no anterior governo de António Costa, o que chamo a António Costa, que é semelhante ao que chamo a Siza Vieira e a outros tantos (ocupem eles o lugar que ocuparem) e que não se coíbam de “cagar-se” — da linguagem informal da 2ª figura deste Estado, Ferro Rodrigues — para a verdade, e assim vigarizar as pessoas. Não o fazem por incompetência ‒ fazem-no de perfeita consciência e convictamente.
Quem me segue, saberá que nunca fiz do povo o desgraçado da história porque, o povo anda há quarenta e nove repito, quarenta e nove anos, a desgraçar-se. E quem se desgraça por convicção merece o castigo. Dizem-me: — São enganados. Não é verdade! Tanto não é que os aldrabões vigarizam por saberem de antemão que, se não forem vigaristas, perdem. A constatação é uma constatação, e não serve de atenuante. Facto é que, entre nós, mais fácil é ser incensado um trafulha, relapso, do que alguém comprovadamente equivocado. Ora, no máximo, poder-se-á exclamar com um daqueles remoques que servem, simultaneamente, aos contrários — ‘estão bem uns para os outros’; ‘merecem-se’.

Sem surpresa, entrou na campanha eleitoral o dissentimento entre as intenções da direita diabólica ‒ PSD, CDS, IL ‒ porque (
denunciam os de ‘sensibilidade social à flor da pele’) o que pretendem é privatizar o ‘negócio’ e a ‘tropa progressista’ que vive angustiada com a vida e o destino do povo ‒ PS, PCP, BE, Livre, PAN, …‒ sobre a vida e o caminho, o presente e o futuro da Segurança Social *.

O comportamento da generalidade dos órgãos da comunicação social, de tão confrangedora, chega a ser revoltante. Também essa tem sido/é a que desejamos.


Os exemplos que deixo (de dezenas, disponíveis) foram colhidos de forma aleatória e sob um critério, único ‒ comprovar que, perante a verdade, se comportam e verbalizam como patifes, ipsis letteris.
É exactamente como escreveu Euclides da Cunha — Não, não é a ocasião que faz o ladrão; o ladrão existe independentemente das ocasiões. Também não é menos verdade que, quando se deixa de lutar pela posse da propriedade privada, resta lutar pela fruição da propriedade colectiva.






O merecimento dessa 'tropa' é ser defenestrada!


* no passado recente e presentemente, à direita e à esquerda, discreteia-se sobre a SS no pressuposto de uma 'sustentabilidade', há muito, inexistente. Até ao presente a 'sustentabilidade melhor, a liquidez é garantida por transferências anuais dos OE.

14/01/2022

Os ferreiros deserdados, por Urano, que nos calharam

A noite transacta foi a tal — a do combate entre dois notáveis cíclopes.
Não é por caso que os denomino por cíclopes em vez de titãs ou simplesmente gigantes — no nosso meio, gigante tem de ser referido sempre entre aspas e, para ser um afortunado, não carece de um segundo olho que lhe garanta a estereopsia, quer dizer, que lhes propicie perscrutar em profundidade; no nosso meio, o que vá além da bidimensionalidade entra sem tergiversações no domínio da complexidade que, amiúde, é apenas e só para predestinados, sobredotados ou ornados.

espécime tipo

Facto é que, primeiro, não assisti à contenda nenhum deles possui o que seja do meu interesse; segundo, optei por entrar somente para assistir às prelecções dos exegetas, hermeneutas, especialistas em linguagem corporal, politólogos,… enfim do melhor que há, do seio da geração predecessora à «geração mais bem» (devia ser «melhor», mas …) «preparada de sempre» mesclada de alguns preeminentes dos «mais bem», convidados pelo canal de televisão.
Foi-me ofertada a ocasião de presenciar o que, para mim, sem apelo nem agravo, justifica o parágrafo anterior.           

Sondagem CNN
57% dos portugueses consideram a TAP importante desde que não tenham de a pagar

Esta inferência contém um mundo! Adjectivar a inferência com menos do que extraordinária é uma concessão à estupidez, ou melhor, à cretinice por mais legítima e vulgar que esta seja – é que o estúpido não tem de ser cretino, mas o cretino é inapelavelmente um estúpido ciente, galhardo e brioso.
Escuso-me a lucubrar, sequer a conjecturar, quer sobre a inferência quer sobre quaisquer das premissas porque isso, sim, seria pretexto para um tratado a que não me afoito.
Este blog nasceu sob a epígrafe 
A prezada erudição tem seus termos, e mais se deve usar para discorrer e inventar novas coisas que para acomodar ao nosso propósito as que já estão ditas
de D. Francisco Manuel de Melo, e assim fenecerá. D. Francisco Manuel de Melo vive!

18/12/2021

A culpa não é do fotógrafo

Por estes dias, com relevância e determinante, entre nós, só dei por uma ‘coisa’ - «CENSOS 2021 – Divulgação dos resultados provisórios» - INE
Relevante por natureza; determinante porque é, preto no branco, a realidade de que a generalidade dos portugueses não tem ciência e sobre a qual todos se encolhem ‒ contam-se pelos dedos [não haverá bicho-careta que desconheça as excepções. E o prémio sempre foi/é serem, amiúde, glosados abaixo de cão] os que dela falam/escrevem sem tibiezas, a começar pelo presidente da República.
A culpa não é do ‘fotógrafo’ – Portugal não é o suposto; é o que está na ‘fotografia’.
                                                                                       ∞                   
Já não importa pleitear sobre ilusões porque está demonstrado que não tivemos capacidade para as corrigir. Assim sendo, preparemo-nos para a natural imposição dos factos. Quer dizer: os factos destrui-las-ão! É esta a perspectiva do futuro. Restar-nos-á o consolo dos medíocres ― não estar só, não ser único. Neste âmbito, Espanha, França e Bélgica serão, braço-dado, nossa companhia.

04/12/2021

A estranha relação da dama com a lógica

Há sentenças que proferidas por ‘gente de esquerda’ ‒ para acomodar as designações ao parlapié venerado pelo povaréu ‒ têm outro valor, de facto. Se não por razões, direi, triviais ‒ características exclusivas e intransmissíveis ‒ ao menos não correm o risco de serem entendidas como manifestações subliminarmente perversas. Assim sucedeu a todo e qualquer um que ‒, com recurso à matemática financeira e ao cálculo actuarial, mas descurando absolutamente o prontuário e a táctica política ‒, predisse que a trajectória do nosso sistema previdencial era ruinosa. Entre outros Medina Carreira, Nogueira Leite, João Duque, Ricardo Reis,…
Questionar ou pior, duvidar da proficiência de Vieira da Silva — o tal que (vos) garantiu, com o trombeteio da comunicação social, a resolução dos problemas da segurança social por três décadas — …nem pensar!
                                                                                            ∞
Sobre o mesmo escreve Vital Moreira – como são, para ele, cada vez mais irreprimíveis os flash ‘capitalistas’! ‒ “O relatório do Conselho de Finanças Públicas suscita de novo a questão da sustentabilidade do Estado Social, em especial o sistema de segurança social, mostrando a gravidade do problema num futuro não muito longínquo, face ao envelhecimento da população e redução da população activa, por um lado, e ao insuficiente crescimento da produtividade e do crescimento económico, por outro lado. O risco óbvio consiste em não termos economia bastante para o nível de Estado Social existente, pelo que as contínuas propostas de reforço deste sem assegurar um melhor desempenho daquela constituem uma receita para o desastre.
                                                                                           
Regressemos às sobras do almoço. A feculosa criaturinha, Ana Mendes Godinho, que faz de tutora dessas ‘coisas’ no governo do sahib Costa, depôs. E na borra consta o que ledes (grav. ao lado)
Eximo-me de examinar mais profundamente o conteúdo das borras — descreio que gente comum e reles seja atreita a arroubamentos místicos pelo que se trata de um(a) descarada aldrabona debitando palavras para um serventuário sem voto.

25/01/2021

Para o que se pretende, serve

Os resultados eleitorais foram uma veemente admoestação ao establishment político-partidário. Os votos dos candidatos André Ventura, Tiago Mayan Gonçalves e Vitorino Silva, somados, foi um vigoroso (mais frenético e fervoroso do que consistente) cartão amarelo. E, os admoestados, agradeçam ao calendário a graça de, em 2022, as eleições serem autárquicas ‒ se fossem legislativas a música seria o «Coro dos Peregrinos» da Tannhaüser; assim, e por algumas das razões aduzidas em baixo, vai sendo o Va Pensiero do «Coro dos Escravos» da Nabucco.

Lidas e sopesadas as derradeiras declarações dos candidatos, parece-me que se mantêm firmes na perspectivação à luz de uma realidade que dia-a-dia se extingue, ou seja, desunham-se em ‘garantismos’ sem capital e resgates soberanistas sem independência. Ou seja, consultam e indicam caminhos num mapa de um território que não existe.

O presidente da República, reeleito, compreendeu a extensão da admoestação, efectivará o que lhe está atribuído e deixa de ser uma antepara do governo?
Pelo que lhe ouvi, compreendeu; se daí concorre ou não para a efectivação é o que menos importa porque não sendo consequente, no máximo em 2024, a realidade ensinar-lhe/nos, encarregar-se-á de mostrar com quantos paus se faz uma canoa. 

Há mais de um quartel, Joaquim Aguiar, já sinalizava o desequilíbrio do sistema político porque se ancilosara nas narrativas da fundação sem reformulação de estratégias, sem correção de comportamentos e sem adequação de expectativas. Ora, para haver uma reconfiguração é necessário que algo de extraordinário aconteça. 
Aconteceu! Uma pandemia arrasadora economicamente e profundamente instabilizadora socialmente, como teremos ocasião de vivenciar. 
∞ • ∞ 

Mantenho que o «Chega!» foi, e será, um indutor, reconfigurador (não é pouco!), mas não passará de um epifenómeno. De ontem para hoje, há um apreciável número de votos em André Ventura que se esvaneceram - não serão «Chega!». Ademais n
ão falaram todos os doutores - dos que falam e são determinantes, falou nenhum, e nenhum é português.

12/11/2020

Apodíctica falsa

            ·         A sociedade inquietou-se com o apoio parlamentar que o Chega! resolveu dar ao PSD/Açores para viabilizar a formação do governo regional.

Seria, caso essa percepção da sociedade fosse real, uma percepção errónea. Ademais a triste constatação é que se mantém a confusão entre «opinião pública» e opinião publicada. E a opinião publicada nem de perto nem de longe é reflexo da «opinião pública» nem, por maioria de razão, a «opinião pública» se revê na opinião publicada.

           ·         A esquerda, nomeadamente o PS, está receosa com a presuntiva afirmação do Chega! ― é uma percepção certa, mas não deve descartar-se o ardil.

 Seria uma percepção certa se não se desse o caso de se tratar de um ardil – involuntário, é verdade, e, oportunisticamente aproveitado pelo governo e PS. Quem beneficia? Enquanto se tolhem as línguas com papões e mauzões, não se atenta no desastre que tem sido o combate institucional à epidemia. O PS e os governos de António Costa carregam às costas umas largas centenas de cadáveres – as dos incêndios florestais e agora, muitas…

            ·         O Chega! é um perigo para a democracia.

É uma percepção errada ― o Chega! não passará de um epifenómeno (no estrito sentido do termo) e, a médio prazo, inconsequenteAcresce que ninguém foi politicamente mais criminoso para com a democracia em Portugal do que os partidos e os políticos tradicionais. O Chega! é filho de tudo o que tem de mau a democracia ― filho do tacticismo cobarde, da mentira, da incompetência da incúria e do laxismo instituído (antes larvar, hoje miasmático), do comportamento das instituições – umas vezes reles, outra vezes sórdida e outras tantas inexistente, etc…― daí ser indesejado. E não tendo como escondê-lo, tentam bani-lo, degredá-lo, amaldiçoam-no,…

            ·         Portugal carece de reformas

 É uma percepção certa, porém eminentemente retórica. Em Portugal reformas incisivas serão sempre algo na vizinhança da impossibilidade. Há ‘desejos’ melhor propósitos que tamanhas serão as doses de sofrimento que portam no bojo são deliciosos se lhes retirarmos os custos implícitos.
Serão feitas, sim  nunca como desígnio nem iniciativa nossa.

18/08/2020

Pela igualdade das espécies

Não se trata de envenenar as fontes mas, sim, mostrar que as fontes estão envenenadas


02/05/2020

Jogar o jogo dos engodos


Inexiste qualquer tipo de acrimónia em relação às pessoas mencionadas.

Ontem, 01.05.2020, o Público editou um texto da professora Susana Peralta; hoje, 02.05.2020, dá à estampa outro do professor José Reis. Dois exercícios, a rogo ou por avença, do que comummente se chama ‘encanar a perna à rã’. E nessa medida não são formadores; são exercícios especulativos, e, pior, sem enobrecerem a ‘disposição espiritual’ polemista.
— • —
A professora Susana Peralta ao fim de 815 palavras prenhes de referenciais estatísticos chega ao âmago. Esperava que não só esbravejasse a preocupação ambiental mas, por mais ténue que fosse, sugerisse algo.

“No imediato, há várias medidas que podem ser tomadas para preparar o terreno para as economias saírem disto mais sustentáveis. Soubemos ontem que a CIP defende a entrada do Estado no capital das empresas em dificuldades. O Governo pode e deve exigir das empresas intervencionadas compromissos ao nível da transição energética. (…) Na Europa, as companhias aéreas – um dos sectores mais poluentes, cujas emissões subiram um terço entre 2013 e 2018 – já pediram quase 13 mil milhões em ajudas. O governo austríaco impôs à Austrian Airlines objectivos de redução de emissões para intervir na empresa. Por aqui, o Governo prepara-se para intervir na TAP sem qualquer contrapartida ambiental, porque “a nossa missão é salvar a TAP”, nas palavras de Pedro Nuno Santos.(…)”

Desconhecendo o ‘protocolo’ consignado entre o governo austríaco e a administração da Austrian Airlines, nem dele careço, pergunto
— Quais poderão ser as “ contrapartidas” (regras/normas) exigíveis a uma companhia de aviação?
Parece-me que não existe uma que seja que, excepcionando vieses corruptivos a não ser que sejam loucos! possa desinteressar aos proprietários Estado ou privado como, por exemplo, a optimização do rácio combustível/passageiro ou carga.
 O senhor professor doutor José Reis, hoje, escreve

“Nas duas décadas deste século, (…) Portugal teve a maior convulsão territorial da nossa contemporaneidade. Refiro-me a uma alteração profunda das relações entre as regiões, cujas evoluções se tornaram assimétricas e contrastantes como nunca foram. Isso resultou de algo muito preciso: uma forma de crescimento unipolar, apenas centrado na Área Metropolitana de Lisboa (AML), com definhamento de todos os outros espaços, sejam eles urbanos, rurais, litorais ou interiores. A consequência mais significativa de tudo isto foi o que se passou com as cidades médias, que generalizadamente regrediram em termos demográficos, (…). Inversamente, assistiu-se ao crescimento demográfico explosivo das periferias da região lisboeta.

1055 palavras para colocar à consideração dos leitores três perguntas  eminentemente retóricas, e só! ‒ a que respondo sem peias.
“Seremos nós capazes de redescobrir o país inteiro e de nos organizarmos internamente noutra base, mais saudável?”
Não.
“Vamos dar atenção às cidades médias, aos pequenos meios, às regiões, aos diferentes territórios, em vez de apenas lhes escoarmos as respectivas populações?”
‒ Não.
“Vamos reequilibrar o país e desfazer um quadro explosivo?”
Não.

Não, não e não porque, o sim a alguma, exigiria que o 'legitimador' dos diversos poderes envolvidos exibisse um nível de exigência e que, na sequência, fizesse opções políticas que, pelo menos em relação às elites peroradoras ou ao dirigismo político e administrativo, equivaleria a não deixarem pedra sobre pedra. E se há ‘coisa’ de que, por mais que barafustemos, não podemos queixar-nos, é de desconforto.
É como Boris Vian escreve de Partre
‘(…) tomam chá de algas e álcoois doces que os dispensa de pensar naquilo que escrevem. (…) já não é preciso eliminar todo o supérfluo, mistura-se um pouco de ideias com um pouco de supérfluo, e dilui-se. As pessoas absorvem estas coisas mais facilmente; as mulheres, sobretudo, não gostam do que é puro.”

25/04/2020

O alter-ego luso de cravo na lapela


Tomei conhecimento pelos sites dos jornais que o presidente da Assembleia da República disse, na mesureira cerimónia de 25 de Abril, que "Portugal e os portugueses estão vacinados contra a austeridade".

Seria bom que ‘prosódias’ deste calibre fossem proferidas por quem não porfiasse na dissimulação de quatro 'ameaças' de bancarrota em menos de meio-século três da exclusiva responsabilidade dos portugueses porque, nos precisos termos do proferido pelo Presidente da República na mesma cerimónia, “os portugueses não compreendem desencontros com o parlamento” — superadas com o dinheiro dos outros

a primeira com o dinheiro do capitalismo americano;
• a segunda com o ‘subordinado’ dinheiro do austeritário FMI, a que Mário Soares pirangou a esmola;
• a terceira com o ‘subordinado’ dinheiro dos avaros do norte da Europa e dos usurários do FMI a que José Sócrates e o comparsa Teixeira dos Santos rogaram «caução» pouco mais de uma década depois de terem chegado a Portugal ‘incondicionais’ centenas de milhões de dólares, marcos, francos franceses, florins, ... de poupanças dos sovinas do norte da Europa na forma de «fundos de coesão», etc.

Quando se propõe o vulgo em ser, apenas, o que é? E quando se propõem os ‘mandatados’ a ‘deixar de vestir as calças dos outros’?!

19/04/2020

Rudimentos algébricos do termo

'O fim das ilusões' é parte do nome de um livro de Joaquim Aguiar e, à parte isso, não se trata de um trocadilho. Uma - as ilusões do fim - e a outra - o fim das ilusões - estão natural e irremediavelmente interligadas, mas não são o mesmo. Quanto muito, e não dependendo da perspectiva, se uma é um domínio, a outra será o contra-domínio *.
De forma inopinada e fragorosa revelou-se uma indeterminação de que se conhecem parte das consequências e, é consabida, a inexistência de «interferão». Estes dias de repercussão virótica são, para a Europa da União e sobremaneira para Portugal, o ponto de indeterminação que conforma a descontinuidade.

Quem gere ‘as ilusões do fim’ determina que a regra, a ordem é a de formar o quadrado a fim de circunscrever, de preferência para dissimular o ‘fim das ilusões’. A pundonorosa defesa da parafernália simbólica de que é exemplo (impassível e mau) o ridículo finca-pé com a cerimónia comemorativa do 25 de Abril na AR — “o 25 de Abril tem de ser e vai ser celebrado na AR”, o presidente da AR — é um estertor, uma reacção agónica.
O problema (deles) é não terem percebido  que, as respostas a contextos e narrativas românticas, hoje, não são o que foram. Já não há heróis de Iwo Jima nem voluntários para formar ‘brigadas ligeiras’ ou para ‘morrerem calçados’ e, no que estritamente nos respeita, episódios e narrativas do tipo ‘a corda ao pescoço de Egas Moniz’, a demanda pelas barbas de D. João de Castro, … não colhem.

Alexandre Koyré escreveu que ‘a mentira moderna’, em contextos destes, ‘é produzida em massa e dirige-se à massa. Ora toda a produção de massa, sobretudo a intelectual, destinada à massa é obrigada a baixar os seus padrões.’
É com este filtro, de entre outros, que devem ser lidas um sem-número de tarouquices não digeríveis por seres providos de mínimos, tais como
“o combate aos que promovem petições com números sem credibilidade nem controlo e a defesa da democracia constituem valores fundamentais
disse Ferro Rodrigues logo coadjuvado pelo bardo do sistema, Manuel Alegre, por outros meios [uma «petição»!] embora de forma dissonante.


* rudimentos que consentem a compreensão a qualquer literatelho em álgebra