"As nossas memórias não nos visitam por ordem cronológica, e a história que formamos ao unir essas memórias envolve escolhas que têm a função de criar uma unidade de conjunto e estabelecer um padrão."
Zafar *
pranteava,
ontem, a pivôt da CNN/Portugal, antes de dar a palavra a uma alma
contristada e ferida a quem foi recomendada a expectável ladainha.
Não fosse para isso não teria ido lá. O fundo, o mote, as crianças
que morrem à fome em Gaza.
Há nesta 'senda' um denominador comum ―
a ‘massa’ de que são feitos os elementos destas corjas 'de
especialistas da cooperação internacional que extravasam de amor
pela Humanidade’, mas sem qualquer interesse pelas pessoas em
concreto' e que se reinventam geração após geração, e se
espalham como cogumelos, e fazem parte de uma série de instituições
de índole diversa mas o mesmo propósito político nomeadamente nas
organizações constitutivas da ONU, nas múltiplas ONG's, na
comunicação social ― quantos escrevem pelo bifinho da refeição
seguinte! ― e nas igrejas ― no topo, a católica. Desta(s) hordas
de 'profissionais da caridade' ficcionou (?!), com a autoridade de
quem nasceu no Bangladesh rural, Zia Haider Rahman, em «À Luz do
que Sabemos».
Mais do que prestar atenção às fotos dos esquálidos
meninos do gueto de Varsóvia nas sucessivas versões, ao longo do
séc. XX e XXI ― o que me
surpreende é ainda não ter aparecido um Bono, Roger
Waters, Springsteen, Bob Geldof a realizar um (New) Live Aid para eu levar o meu
telemóvel-luzinha-acesa-no-escuro e cantar Give Peace a Chance
amolecendo estas e aquelas almas empedernidas ―,
há que realçar algo que, figurativamente, fica assaz explícito: às
salamandras de antanho sucederam os oxolotes do presente. Agora
esquadrinhe sobre o(s) porquê(s) do destronamento das salamandras
pelos oxolotes. As salamandras metamorfoseiam-se; o oxolote é uma
espécie de salamandra que, ao invés das salamandras, a dado passo
da sua evolução decidiu, por não encontrar vantagem, permanecer na
fase tipo girino.