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06/08/2024

Análise Social

Já foi uma grande revista! Hoje está transformada num periódico de uma autêntica madrassa semelhante a outros, daqueles que são distribuidos por seitas religiosas ou pelas autarquias. São 'panfletos' ora político-ideológicos ora panegíricos ―
no caso vertente e no caso da afiliada 'seita' de Coimbra fundada pelo Boaventura Sousa Santos ― CES (Centro de Estudos Sociais), aonde são destacadas figurinhas o Carvalho da CGTP e o Manuel Loff, contador de estórias. Como leitor que sou desde o tempo em que o vice-reitor do liceu, (dr.) Igreja, depois de lidas, as entregava à direcção do jornaleco do liceu (L,L 13,13 e Vento Novo) a degradação, o desvirtuamento da função, etc... são óbvias ― os nºs 72/73/74 e 77/78/79, ou ainda bem mais próximo o nº 167, são prova material disso. Foi uma revista de leitura/estudo 'obrigatório! 
O que hoje por lá se congemina, escreve e edita, pouco ou nada tem que ver com o espírito fundacional do (dr.) Adérito Sedas Nunes, que a fundou ao tempo do anterior regime, e de outros tantos que posteriormente lhe seguiram os passos, Manuel Lucena, Villaverde Cabral, António Barreto, ...

25/05/2024

Deles sobre eles e sobre 'isto' onde "não cessa o mal, nem dura o bem"

A revista Sábado traz um extenso trabalho * –– ‘assinalando’ os 50 anos da deposição do então Presidente do Conselho de Ministros, Marcelo Caetano –– sobre o livro «A porta de Marfim» de Maria Helena Prieto. Tangimento de “um encontro entre dois espíritos”, “coisa que se vela avaramente” conforme prefacia a autora.


Adquiri-o, por mero acaso, num alfarrabista. Se é forma admissível e aceitável de o dizer, digo – é dos livros mais lindos que li. De uma elevação tocante. Dos livros, que constam da minha biblioteca, que mais prazer me deram ler.



* o exercício de demonização de tudo, todos e de subreptícia propaganda não procede; é, aliás, contraproducente. Independentemente do regime, pérolas são pérolas e porcos são porcos.
O livro está e ficará; a revista, em formato virtual, já seguiu para 





16/03/2024

Escapismo

"No sombrio e sufocante edifício do mundo, um claustro é um espaço aberto ao sol e ao ar."
Fica em pousio



03/01/2024

Não somos todos iguais

No aeroporto de Haneda/Tóquio – Japão um avião da Japan Airlines, ao aterrar, colidiu com outro da Guarda Costeira e incendiou-se. Os 379 passageiros sobreviveram. Consta que foram evacuados em 90 segundos, mais coisa menos coisa. Já ouvi e li exclamações - milagre. Que tenha sido! O que (me) aborrece é que a providência não concede a prerrogativa sem que o(s) ungidos  se precatem com muito, muito trabalho - sistemático, ..., nas escolas, incomodando os pequenitos com treinos de responsabilidade infundindo-lhes regras, simulações de resposta a desastres, etc. Chatices!

17/12/2023

Nunca pare. Desobedeça e fuja.

E assim, informalmente, se dá conhecimento à população em geral e, por maioria de razões, a quantos nas estradas cometem transgressões de toda a ordem ou estejam cientes de que circulam em contravenção ― falta ou carta de condução caducada, veículo não inspeccionado ou reprovado, falta de seguro automóvel, com taxa de alcoolemia acima do 'regular', porque esteve a fumar daquilo que faz rir ou inalou açucar que não adoça, que transporta uma e/ou outra 'coisa', se faz acompanhar de armas ou leva aquilo que subtraiu aos outros, ...  que, caso a autoridade os mande parar, desobedeça. Nunca pare - no limite da infração ou 'crime', a Constituição «garante» e a República providencia-lhe defesa. Parabéns, relaxem. Não é todos os dias que se recebe um alento destes.



28/10/2023

Eu quero ir à guerra

Entre nós o ridículo não mata, sequer deslustra. Que papelinho!
Perdoem-me, mas este denodo e abnegação profissional tocam-me. Ando muito susceptível.



14/07/2023

Da grunhice

A aquisição de um substrato civilizacional é um processo, não é um acto. Não se faz com um estalar de dedos, nem se alcança por determinação 'superior' ou distintas proclamações. Aliás, as proclamações até podem ser prejudiciais - convencem os de baixo que são 'altos'. Foi o erro da rã!
É um processo que, para se revelar consistente, é lento, muito complexo e exigente. Não se revela numa ou em duas gerações, a evolução é determinada por algumas inclusões/integrações/transigências e outras tantas 'exclusões' ou, pelo menos, intolerâncias e o mais difícil é a disponibilidade - chame-se-lhe interiorização - do cabotino, do capadócio
, do grunho ao burilamento. Este movimento é descendente; tem de se 'impôr' de cima para baixo. É aqui que bate o ponto no nosso caso: é bem mais fácil fazer um 'bruto' passar pelo buraco de uma agulha do que um grunho. Ou não fosse o grunho, em sentido figurado ou estrito, um bruto destituido de uma série de atributos como a simplicidade, a humildade, a genuinidade. Ora o grunho é precisamente o bruto que recusa o que seja que não lhe satisfaça os instintos. O grunho é sempre cheio de si, arrogante. A razão/raciocínio não é um instinto - é um lenitivo.
Em tempos, distantes, supús possível e pacífico esse processo osmótico. Estava enganado. Já só lá chegamos por natural (para mim, óbvia) dissolução de que resultará em termos sociológicos qualquer outra 'coisa' que, em década e meia, pouco terá a ver com a sociedade que conheci - daí que eu afirme que, a maioria dos que detêm o poder decisório, falam e pensam uma sociedade em vias de extinção. Em casos inúmeros, e na prática, irremediavelmente extinta. A não ser que se creia que os ténues resquícios dos pauliteiros de Miranda sejam uma forte e firme 'afirmação' - afirmação é; forte e firme, não. Se estes o são, cá, então os Amish bem podem pensar em fazer da Pensilvânia um país independente.



09/07/2023

"O que preocupa as pessoas são temas diferentes"

A porta voltou a abrir-se à saída de mais um governante - o 13º em ano e meio de maioria absoluta. O ritmo abrandou, mas a falta de vergonha e de noção mantém-se. A verdade é que
governar deixou de ser coisa de gente sériaAinda que uns poucos da velha guarda permaneçam impolutos, o grande legado da governação de Costa é a arte da fintaPelo caminho, fica o país mal governado e mal amanhado, fruto das medidas de gestão de crise tomadas com o mero propósito de limpar a cara e garantir a sobrevivência política.
. Joana Petiz

O que preocupa (?!) as pessoas são temas diferentes.

15/11/2022

Nem tolero que admitam, que eu faria uma 'coisa' dessas

O senhor doutor 
Carlos Costa, ex-governador do Banco de Portugal, é tolinho - se não é tolinho andava cheio de vontade em encontrar sarna para se coçar; e, o senhor Luís Rosa, que o entrevistou, um imberbe na profissão, inexperiente e desavisado, na ocasião não parou o gravador e, em off, não fez uma perguntinha, sacramental
‒ O senhor doutor tem noção da ‘gravidade’ da ‘ acusação’?
Consegue provar?
O Costa, primeiro-ministro, ofendidíssimo porque o ex-governador não se retratou, instruiu o seu advogado para o processar por ‘calúnia’.
E eu, e tantos outros como eu, ingénuos, papamos a ‘indignação’ fiados no seu comprovado apego à verdade e aos inquebrantáveis compromissos com a palavra dada.
Concedo(-lhe) uma atenuante: invocou o direito ao bom nome, etcetal, mas não gritou a «tranquilidade de consciência» - Haja deus!
                                                                          • ∞  
A chave do logaritmo da ‘inteligência’ do ofendido
― Prepara processo, mete processo, ouve acusado, constitui arguido,…
Quando chegar ‒ se chegar! ‒ a julgamento, haja o que houver, já não sou primeiro-ministro – sou apenas o videirinho que chegou a ‘primeiro’.

Chapeau!

23/07/2022

É mesmo de quem nada tem para fazer *

O capeta é tramado

              Em 2012 foi profusamente usada, e glosada uma ‘saída’ de Fernando Ulrich, presidente do BPI, — Ai aguenta, aguenta! — sobre a capacidade que os portugueses teriam, ou não, de aguentar a austeridade (o diabo) necessária para cumprir os quesitos da «troika». Era isso ou ‘a EU foi um lindo sonho’. O homem estava carregado de razão. Facto é que aguentou.
Uma década depois, por mavioso que seja o patois político e melhores que sejam as percepções do povaréu, a realidade é que a situação de Portugal estruturalmente (esta e óbvio/obviamente já não as posso ouvir!) piorou. E a conjuntura internacional desajuda. Calhou aparecerem dois cisnes negros – a epidemia e os desejos do Kremlin. Há outros a caminho, mas o vôo ainda é untraceable para o comum dos mortais — são de 5ª geração, furtivos.
Uma década depois, e uma mão cheia de reversões, facto é que o ‘diabo’ não foi esconjurado. Mascarou-se de inflação ― é uma forma mais insidiosa; mais democrática por consequência. Apanha todos a eito, e, dependendo da real intenção e habilidades da súcia que governa, permite que ineptos pareçam talentos.
As responsabilidades da camarilha fascista do Kremlin e a obsessão dos ucranianos com a nacionalidade — que mania! ― é o que menos (me) importa porque a refrega (apenas) funcionou como catalisador ‒ similar à falência do Lehman Brothers no desencadear da crise financeira que, por sua vez, nos apanhou com as calças no fundo das pernas.

Não há bela sem senão 

              Fiquei/ficámos a saber que António Costa lê romances - 
tout court. Muito bem.
Mas cheira-me que, ao ‘bibliófilo’, 1 - não chegou a língua para dizer «ficção» além de que 2 - o apurado estilo da sua prosa, a sua aprimorada oratória e  o seu fino recorte retórico indiciam, pelo menos, i) descuido com a qualidade dos tradutores/traduções ou ii) terá de ler muitíssimo mais para lograr expressar-se melhor.
Nem todos os livros são boa companhia, nem todas as leituras são enriquecedoras.


* o post

14/11/2021

Ciber-inábeis e ciber-afoitos

O mais fácil seria a arenga de pendor moralista ou as reivindicações éticas. Além de fáceis seriam com certeza mais ‘bonitas’ — enquadrar-se-iam naquele ramerrame melífluo com que se mantêm os bois a dormir. Ora tudo, todos os sinais apontam para a constatação de que não há inocentes. E se os há, ou os que o são, que se precatem.

    • As instituições político-administrativas ‒ dos poderes legitimamente instituídos aos reguladores designados ‒ que não procedem com efectividade e resultados visíveis, o menos a que se sujeitam é serem tomadas por cúmplices na forma de adjuvantes, complacentes, ou…‒ a gradação é assunto para a etimologia ou filologia (‘artigos’ em que sou um zero à esquerda). Quando se está incapacitado, há incapacidade ou se é incompetente desmonta-se do animal.
    • Os particulares que são golpeados não merecem quaisquer deferências – a esperteza saloia, o atrevimento, a ganância,…pagam-se. E sem recibo.
Baratas espertas não atravessam o galinheiro melhor, nem lá entram!



 

30/07/2021

Uma 'coisa' leva à outra

• Se quiser testar a nossa comum e sitiante indigência, por um lado, e, por outro, a inópia (adveniente ou causal?) é ‘pegar’ nas duas principais revistas portuguesas Visão e Sábado e em duas francesas Le Point e LExpress. Mas também pode ser feito, comparando o «Jornal das Letras» com a revista argentina, «Ñ» ou entre a «revista» do Expresso e a «Ípsilon» do Público com os «cadernos» semanais do El País.

É esclarecedor. 

• A publicação, pelo INE, dos dados colectados (preliminares) pelo «Censos 2021» está a gerar uma inquietação, hipócrita, mesclada de perplexidade, impúdica assim apreendo eu a maioria das manifestações.

Perdi a noção ao tempo em que, um atrás do outro, os clarividentes [cuja função é a de nos explicar tim-tim por tim-tim o ‘meio’ e o mundo] quando se nos referiam, referiam um Portugal inexistente. Apesar de ser consabido que são pós-graduados em mistificação, perguntas (e acusações!) deveriam ser-lhes feitas. Mas acareação a velhacos é estultícia.

Assim ou assim, o que está feito, feito está. Não ignorem que, nesta ‘matéria’, os efeitos caracterizadores ou distintivos são mediatos. Aguardem!