Um texto – «Colonialismo e Crueldade» in Revista (Expresso), 13.07.2019 – que me embrulhou o estômago pela infrene desonestidade intelectual do renque de mecos que enxameiam a imprensa nacional – um escol que se dá ares de polígrafo, e que tão bem patenteados ficam pela esgrouviada ‘pluma’ de Clara Ferreira Alves.
Deles e das suas ‘obras de fancaria’ — mas que dada a edição profusa e contínua, fazem lastro — escreveu no transacto dia 12.07, António Guerreiro, socorrendo-se de Sloterdijk
“Este mundo da opinião é agonístico, isto é, alimenta-se das ilusões marciais, das virtudes heróicas, e imagina-se sempre em combate para dar provas de existência. Além disso, é quase exclusivamente reactivo, parasitário e amplificador de ecos. (…) o universo constituído pela secção dos media designada por “opinião” deve-se em grande medida a ter adquirido o estatuto de posto fixo. (…) a opinião realizada por este novo proletariado incita à teatralidade, à virulência, à lógica da irrupção (…)”
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Escreve a lady, sempre pedante, “Basta ler os guias da Índia (…) ” (1);
presunçosa e irresponsável — como quantos se atiram a discretear sobre a valia dos registos Akáshicos ou do princípio Antrópico com o mesmo à vontade e autoridade com que especulam sobre os danos, eventuais, que poderão ser causados pelo buraco no passeio da sua rua — grafa
“O colonialismo português, com as tropelias e guerras, nunca produziu um escritor (…) Não produziu nada de extraordinário depois das epopeias, tragédias e relatos do século XVI e XVII” (2);
ignara e incapaz de compreensão do omisso no ‘prontuário’, confessa
“Sempre pasmei da ausência de ressentimento tanto nos intelectuais como na gente simples de um país que condenámos à miséria e à corrupção.” (3)
É verdade que i) fazem prova contínua das suas inaptidões para habitar, conciliando-os, os Mundos II e III de Popper, ii) infelizmente não é a plateia que, grosso modo, está capacitada para os denunciar – se estivessem não a compunham, iii) os que estão e optam por não os confrontar, fazem mal, tornam-se coniventes, são perpetradores.
E verdade será que iv) por mais que se desunhem, jamais chegarão além de despenseiros desta birosca – aliás, são os primeiros interessados em que o ‘meio e o ambiente’ não sejam reconhecidos acima da birosca. Mas são os baronetes, a fidalguia deste meiinho kitsch.