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09/02/2020

Ventura não é venturança

Andou por aí em forma de rumor, mas agora está confirmado em 2021, André Ventura será candidato presidencial. É, pelo menos, a reverificação de que 1 – entrou para o ‘meio’ e desconhece o ‘meio’ e 2 ‒ se tem assessoria, é mal aconselhado.
Candidatando-se logrará de uma tacada 1 não ser eleito (de isso não virá mal ao rossio) e 2 arruinar o partido que lhe serviu de escadote (só potenciará a mole de ludibriados).
Suponhamos que, sim, André Ventura mercê do alinhamento dos astros e da unanimidade das parcas é eleito André Ventura é Presidente da República. Põe-se a questão: com esta Constituição, com a actual representação parlamentar, ser Presidente da República «para quê»? tanto mais que os pressupostos políticos sobre os quais se erigiu são, ou eram, em prol de uma radical mudança socio-política da sociedade.
Se o cargo presidencial fosse para algo diferente da mera representação a Constituição di-lo-ia; e não é o caso. Assim sendo o Presidente da República é, mais enfileirado ou mais desalinhado, um arengueiro.
O que sobrou de ‘palpável’ dos exercícios de Jorge Sampaio e Cavaco Silva? e sobrará de Marcelo Rebelo de Sousa? Resposta:
de Jorge Sampaio um acervo de perorações e uma ‘monumental’ biografia da autoria de José Pedro Castanheira; de Cavaco Silva uma pesada série de «Roteiros»; e de Marcelo Rebelo de Sousa sobrará algo idêntico ou menos já que, o próprio, faz questão de ‘avisar’ que não escreverá «memórias».

O texto acima é um exercício especulativo, elementar, até porque o simples facto de a criatura em epígrafe ter permanecido numa estação de televisão a poluir o espectro radio-eléctrico com a ‘dialética’ grunho-futebolística, apesar de ter sido eleito deputado e adquirido um apreciável lastro político, é esclarecedor.

Declaração de interesses
o autor não será 
 eleitor de Marcelo Rebelo de Sousa nem que Cristo desça de novo à Terra, e lho rogasse.