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09/04/2020

A laranja


Dois gomos





















(…)
amarga e doce/
(…)
    vossa
minha alegria, minha amargura/
(…)

26/01/2020

Santo-e-senha


António Barreto, hoje, é demolidor. Os talentos de Midas da princesa do ‘novo reino do Ndongo’ são mote e o menos importante. Para mim é evidente que o que de facto conta não são os crápulas: são as ‘qualidades’ dos constituintes do meio em que o crápula vivifica mais, se vitaliza ― no caso a pusilanimidade que é feita da mesquinhez e da velhacaria face ao vizinho, da vilania dos medíocres e da subserviência dos necessitados. O «activo» do crápula, independentemente do foro ou âmbito do seu exercício, é o «passivo» imediato ou ao retardador da(s) mole(s) em que se movimentam.
Os portugueses precisam de Angola para vender mercadoria, prestar serviços, vender apartamentos de luxo, fazer obra pública e ganhar empreitadas de construção. O que os portugueses fazem em Angola, não fazem noutro sítio. Essa é a sua dependência. (…) Os últimos anos revelaram numerosas situações em que foi sempre Angola a pôr condições e Portugal a ceder. Os calendários diplomáticos e as agendas políticas entre os dois países estiveram à mercê dos interesses de Angola e dos caprichos dos seus dirigentes. As visitas de políticos, as reuniões entre Governos, a circulação de capitais e a reciprocidade das relações judiciais estiveram sempre dependentes das exigências angolanas. O ambiente em Angola é propício a fazer a vida difícil aos portugueses. Estes são brancos e foram colonialistas, duas características em crise. O ambiente em Portugal é propício a fazer a vida fácil aos angolanos. São ricos e têm dinheiro para gastar. (…) Haverá problemas? Talvez. Mas o pior é a certeza de que não temos Governo, polícias, juízes e bancos à altura.
Ora uns e outros sabem ou presumem ― não interessa ― o que são e não são. É desnecessário dizê-lo. Aliás acho que, inúmeras vezes, é contraproducente. Todos, individual ou colectivamente considerados, têm um preço. Quem faz o preço não é o vendedor; é o comprador. Pois paguem! Quem não está capaz de ser amo, é criado.

13/12/2019

Condicionamento lexical


Opróbio deveria ser o sr. Ferro Rodrigues ser a segunda figura do Estado, mas não é. Não o sendo, tudo o que diga ou faça o deputado André Ventura não é vergonha. A vergonha não possui escalas, fasquias, níveis. O sr. Ferro Rodrigues, Eduardo Luís Barreto, merecia que o deputado André Ventura lhe respondesse que, em matéria de ausência de pudor, nutria pela ‘reprimenda’ feita o mesmo que o sr. Ferro Rodrigues nutriu e verbalizou em conversa telefónica com o sr. António Costa, há uns anos, ou seja: que "está cagando-se" para a noção de ignomínia/infâmia que o sr. Ferro Rodrigues possui. De resto do carácter, personalidade e por consequência do que é capaz pode colher-se melhor informação lendo o que do 'personagem' conta ― a desonra de um «anti-faxista» leia-se, de um «racha» ― o sr. dr. José António Barreiros no blog http://joseantoniobarreiros.blogspot.com/ (se não me equivoco, porque possui, ou possuiu, vários).
Realmente o descomedimento do sr. André Ventura só não colhe porque a vergonha para ser notada e por consequência verberada, precisa de não ser «norma». E não é o caso.

Quanto a tentações de condicionamento vocabular...No Pasarán! (Dolores Ibárruri).

20/11/2019

Sandices convenientes

Há quinze anos, Pedro Santana Lopes, indigitado primeiro-ministro, teve a ‘luminosa’ e ‘peregrina’ ― dois dos mimos com que a intelligentsia nacional glosou a decisão ― ideia de retirar da capital uma Secretaria de Estado. Resultou em nada. Quinze anos volvidos, António Costa impulsiona a descentralização administrativa do Estado, incrementando-a, com três secretarias de Estado. A ‘luminosa e peregrina’ ideia de Santana Lopes, quinze anos passados, por ser de uma mente brilhante de esquerda é, no mínimo, «refulgente» e «cerebrina». Naturalmente resultará em nada. Do que ouvi e li já há quem esteja a ganhar – a senhora Isabel Ferreira, secretária-de-Estado da Valorização do Interior que, desde a transacta segunda-feira, acrescentou à casa e à família, o exercício da patriótica incumbência na cidade de Bragança. A senhora percebe da poda. Parabéns! Politicamente, não é uma excreção populista, não! É de esquerda. Há quem nomeie a decisão por paliativo (anjinhos!). Em rigor nem isso é ‒ a acção/medida paliativa não cura, mas mitiga. Ora isto, pura e simplesmente, não procede; ou seja, não cura nem mitiga. São sandices convenientes à «máquina». No que concerne a desígnios burocráticos, a Catalunha funcionará como farolete.

17/11/2019

Pessoas, naturalmente! Cidadãos, nem por isso.


Há tempos publiquei um pequeno texto onde acusava a factual escassez de cidadãos. Às pessoas, o Estado leia-se, a sociedade, à nascença, atribui-lhes uma identificação designada «Cartão de Cidadão». E um Número de Identificação Fiscal! Ora, isso não basta para alguém se considerar um cidadão. O facto de alguém ser nomeado «cidadão» não o faz cidadão.
A cidadania obriga a contrapartes, que inconvenientemente dizem respeito a cada qual. Uma das contrapartes é nem mais nem menos a forma servil como nos deixamos ser tomados quer pelos aparelhos do Estado quer por burocratas e dignitários que, de forma efectiva ou interina, os compõem; outra é a forma bovina com que somos colhidos quotidianamente pelo bom noticiário que alguma comunicação social mais agenciosa nos serve; outra é a tolerância que há para os avanços cada vez mais explícitos nos trilhos da cretinização;…
Me parece que são dispensáveis exemplos. São diários, consecutivos e sistemáticos, e de toda a índole e para todos os gostos!
O assentimento, considerado individual ou colectivamente, qualificam-nos (sempre) mais a nós – pretensos cidadãos ‒ do que diz ‘deles’ ‒ aqueloutros a quem nós pagamos e/ou confiamos (elegendo-os) para tratar dos assuntos da sociedade.
Amiúde se ouve da boca de gente mui respeitosa (ou que assim se julga)
– as generalizações etc e tal
Aí vai uma fundamentadíssima generalização
― Recebemos em troca o que desejamos e merecemos!

Vem a propósito a entrevista do geógrafo, Álvaro Domingues

Nota: todos os presidentes da República – Eanes, Soares, Sampaio, Cavaco ‒ tiveram faltas e falhas neste domínio. Mas nenhum contribuiu tanto para a cretinização da sociedade quanto Marcelo Rebelo de Sousa.

16/11/2019

Era para ser (uma crónica)

Ao passar os olhos pelos jornais, não houve maneira de impedir ser atiçado por quatro referenciais'

As lições de Pierre Bourdieu no Collège de France, em 07 e 21 de Fevereiro de 1991;
O conteúdo de «O Conhecimento Inútil» de Jean-François Revel (1988) ―será necessário avançar ou retroceder, porque não seremos capazes de resistir por muito tempo à tensão que a nossa cultura híbrida nos inflige, em que os nossos estados de consciência se dividem entre o que sabemos e, ao mesmo tempo, negamos ser verdade, em que a humanidade está condenada a oscilar entre o cinismo de curto alcance e a contrição inconsequente’.
Citando Cioran ― a oscilar entre "o oportunismo e o desespero".
Émile Durkheim ― podem as apontar-lhe ‘rugas’, mas não o dirão embromador ou invencioneiro ― decompondo a ‘coisa’ [o Estado] definiu-o bem! como ‘fundamento da integração lógica e integração moral no mundo social’.


Ia por aí, mas o grilo 'cricrilou-me' ― A ordem pública assenta no consentimento! 
Na ‘alegoria’ de Josué, commumente denominada por «As trombetas de Jericó», é dito ― ‘à medida que o som das trombetas se tornar mais forte, todo o povo irromperá em grande clamor; a muralha da cidade há-de desabar (…)’

Haverá povo para irromper em clamor? Duvido!
Pois, que alanzoais?! Do que refilais? Com quem? Porquê?

07/11/2019

Cinjamo-nos à canópia!

É um dos ‘campos’ constitutivos da ‘coisa’ que desmerece ‘mergulho’ abaixo da canópia. Ir além do mero registo é, em termos domésticos, incorrer contra a crendice democrática. Tentar, seria uma bravata contra a «doxa» – o mesmo que fazer, da Razão, moeda com valor fiduciário.


Ainda assim, e porque descrevendo melhor a génese se percebe melhor o mistério, uma espreitadela por baixo da canópia. Como chegou a instituição, Forças Armadas, a isto?


(…) in the mid- to late 1970s socialism and Communism enjoyed wide support in Portugal. Indeed, we had agents throughout the Portuguese intelligence service, and in the chaos that followed the socialist revolution that overthrew Salazar/Caetano, our agents came up with a bold stroke. One night, with the help of moles and sympathizers inside the security apparatus, Portuguese working for the KGB drove a truck to the Security Ministry and hauled away a mountain of classified intelligence data, including lists of secret police agents working for the Salazar regime. The truckload of documents was delivered to our embassy in Lisbon, then sent by plane to Moscow, where analysts spent months poring over the papers. (…) there was some material of limited interest on American military operations in Europe. (…) the really valuable material was the list of the thousands of agents and informers who worked for the Salazar dictatorship. Our officers later used this information to force some of these agents to work for us. (…)  In the 1990s, (…) I was interviewed by major national media and did not mince words about the role of the Portuguese Communist Party in providing generous support for Soviet intelligence operations. I was immediately denounced by Álvaro Cunhal, the Party leader, as a liar and a traitor. (…) I repeated what I had been saying over and over again: ‘The Communist Party of Portugal is our best and most loyal ally in Europe (…)’

in «Spymaster - My Thirty-two Years in Intelligence and Espionage Against the West» de Oleg Kalugin/2009, pág.194/195


Ademais, quatro décadas volvidas, e apesar de Eanes, Firmino Miguel, Pires Veloso, Galvão de Melo, Sanches Osório, Loureiro dos Santos, Melo Egídio, Jaime Neves, etc… mantemo-nos no domínio dos ‘netos da madrugada’ que, tal qual os ‘pais’ os ‘filhos da madrugada’, ‘sem saberem de dor ou mágoa’, ‘navegam de vaga em vaga’ à ‘procura de quem lhes traga verde oliva de flor nos ramos’.

26/10/2019

Cristãos a pregar em Meca

Quatro voltas em redor da Caaba

“(…) Andámos pela Baixa, por cada rua, várias vezes. (…) por onde quer que andássemos, fomos acompanhados por um fedor horrendo a merda velha de esgotos sobrecarregados. Olhámos à nossa volta para as multidões de turistas e lisboetas. Há um excesso de cagadores. Como é que o Chiado e a Baixa de Lisboa não hão-de cheirar a merda? Antes de construir novos aeroportos, para receber mais milhões de cagadores, construam esgotos e ETAR para Lisboa não cheirar mal. (…) o cheiro a merda atira-a para a mais suja e miserável condição. (…)”-Miguel Esteves Cardoso

Estão no governo de Costa 27 deputados socialistas recém-eleitos para a Assembleia da República e substituídos pelos homens sem cara que vinham a seguir nas listas. Esta vergonha é habitual: os partidos põem à frente gente com algum crédito para mostrar que se importam com o povo e depois essas duas dúzias de notabilidades vão para o governo e deixam o que sobra a falar sozinho.
[…]
Toda a gente está preocupada com as finanças e as propriedades de Nuno Artur Silva, o novo secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media. O que me preocupa é Nuno Artur Silva. O canal “Q”, o mais notório produto do seu génio, é uma miséria intelectual e moral.”-Vasco Pulido Valente

Antigamente a sujidade da política sofria uma demão de verniz. Nas situações extremas, varria-se o lixo para debaixo do proverbial tapete. Nos tempos que correm, é isto.”-Alberto Gonçalves



».«
Falências repentinas existem no mundo da finança e/ou economia. E acontecem sempre mais pela pulhice inerente do que por acção de algum fenótipo não rastreado. Não há, ou desconheço!, falimentos com essa(s) característica(s) no estrito ‘mundo’ da sociologia!

06/10/2019

Plantemos laranjeiras!

Provado à saciedade está que — por mais que sejam os ‘arranjos’ ou ‘combinações’ arquitectadas — não é com este ‘conjunto’, que se logrará algo de relevante ou profícuo. Ora, como é cientificamente implausível o recurso a ‘conjunto’ de natureza diversa, então — ao ver as estranhas concepções, ideias e alucinações que brotam da mente humana —, arranja-se forma de crer na Providência ou, fatalmente tolhidos por este mundo que adora a sua própria vulgaridade e mistura luxo com lixo, se replique o gesto de Luís XVI — mandou plantar laranjeiras em Versalhes porque os excrementos da corte empestavam o ar. Sugiro que repliquemos o gesto de Luís XVI: plantemos laranjeiras!

05/10/2019

Reflexões neste sacrossanto dia


Há 43 anos, uns líricos profundamente hipócritas instituíram o dia anterior ao dia da eleição como ‘de Reflexão’. Presentemente a sacralização traga-se porque lográmos passar de um generalizado analfabetismo a uma generalizada incompetência. É a minha opinião que nestas ‘coisas’ da política e da «razão pública» sou, de longe, muito mais por Pelágio do que por Santo Agostinho. Pois, então reflitamos.

É dito que a democracia junta, educa, civiliza – e que é uma tarimba de civilidade e civismo! Ontem, o alter ego da terceira figura do Estado (primeiro-ministro) — confrontado por um excitado com idade para ter juízo — proporcionou-nos uma lição de civilidade. As lições de civismo não são para aqui chamadas porque, referi-las, implicaria trazer a multitude de ‘modelos’ adestrados — os ‘apanhados’ nas malhas de algum tipo de escrutínio! — por essa ‘madraça’ (rica e farta em pergaminhos) que é o PS.

23/08/2019

É triste, mas é o que há

Há ‘coisas’ do quotidiano que são – quaisquer que sejam os pontos de vista – paradigmáticas. Absolutamente! E com este tipo de bípedes, não há – para quem seja trespassado por uns fogachos de racionalidade. Ou de empiria! – desvelo que valha, nem solidariedade que se imponha.

A comunicação social dá a saber que, ontem, 30 criaturas viajaram de Coimbra até Lisboa num autocarro da Rede Expresso, conduzidos por um ‘criminoso’, de facto – um condutor que fez a viagem com a atenção dividida entre o filme que visionou, o som que ouviu por auriculares, e a estrada que percorreu. É claro que, em caso de sinistro e no limite, a negligência dar-lhe-ia o conforto para dormir sossegadamente até ao fim dos seus dias. E o ‘balanço’ do resto ficaria por conta do azar, que é parte intrínseca do viver. Um, ou mais, dos passageiros teve fígados para gravar em vídeo o persistente ‘crime’. Mas, entre trinta passageiros, não houve um que verbalizasse indignação, chamasse o condutor à razão, fizesse parar o autocarro de imediato – pouco interessando se era ou não na auto-estrada –, tivesse exigido o Livro de Reclamações para, no destino, registar o sucedido. Ou tivesse, no destino, chamado as autoridades para efectuar, a justa e merecida queixa. Não! Foi – sob o manto do cobarde anonimato – entregue a jornalistas que, presumem, preservarão segredo sobre as fontes.

15/08/2019

'Auto-de-fé'

Há assuntos sobre os quais – parece-me – o maior proveito é emudecer. Por mais que se tente, não se sai sem os dedos borrados.
Da presente greve dos motoristas de pesados de transporte de matérias perigosas ― os que resolveram mandar os mercenários da UGT e os turiferários da CGTP dar uma volta ao bilhar grande — começa-se por onde, por quem?
― pelos ratos que agora se queixam dos parcos salários com que são remunerados há dezenas de anos? Por onde andaram?
― pelas ratazanas representadas pela ANTRAM (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias) que, tal-qualmente os motoristas, se especializaram numa ladainha semelhante embora de sentido oposto?
— na inexistência de brio e zelo da Autoridade Tributária que deixa passar incólume o roubo à sociedade com que os industriais nos mimam há décadas?
― no relaxe dos serviços fiscalizadores da Segurança Social que mimeticamente procedem da mesma forma que a AT?
— na irresponsabilidade com que o governo põe, de um dia para o outro, militares das Forças Armadas e da GNR a transportar dezenas de milhar de litros de combustível e/ou metros cúbicos de gás?
― a cobardia que impede os camundongos da comunicação social a confrontar os membros do governo directamente envolvidos com perguntas simples como
– em caso de sinistro, como e quem indemniza?
— a impreparação que constrange os camundongos da comunicação social a dirigirem-se à APS (Associação Portuguesa de Seguradores) e solicitar esclarecimentos sobre as «Condições Particulares das Apólices de Seguro de Frota» e das «Condições Particulares das Apólices de Acidentes de Trabalho»
―  apreciar o comportamento da rataria que nos sindicatos (CGTP e UGT) não chiam por estarem de férias ou dos ratos dos partidos defensores do «povo trabalhador» que, por não lhes interessar, tacticamente não guincham?
— apreciar os pigarreios hipócritas do Presidente da República?  
Para mergulhar num bueiro, e nele ficar a chapinhar, pegava no «Germinal», «Ratos e homens» ou n’ «As vinhas da Ira». Sucede que fui apanhado em sentido oposto, e não faço tenção de inverter a marcha – … enquanto na tv correm os do Liverpool e do Chelsea leio, entre outros, «Porque é que o bom Deus quer que haja pobres», «Um conto sobre a morte e o epílogo de uma mão desconhecida» e «O rei Bohusch» de Rainer Maria Rilke.