Há ‘coisas’ do quotidiano que são – quaisquer que sejam os pontos de vista – paradigmáticas. Absolutamente! E com este tipo de bípedes, não há – para quem seja trespassado por uns fogachos de racionalidade. Ou de empiria! – desvelo que valha, nem solidariedade que se imponha.
A comunicação social dá a saber que, ontem, 30 criaturas viajaram de Coimbra até Lisboa num autocarro da Rede Expresso, conduzidos por um ‘criminoso’, de facto – um condutor que fez a viagem com a atenção dividida entre o filme que visionou, o som que ouviu por auriculares, e a estrada que percorreu. É claro que, em caso de sinistro e no limite, a negligência dar-lhe-ia o conforto para dormir sossegadamente até ao fim dos seus dias. E o ‘balanço’ do resto ficaria por conta do azar, que é parte intrínseca do viver. Um, ou mais, dos passageiros teve fígados para gravar em vídeo o persistente ‘crime’. Mas, entre trinta passageiros, não houve um que verbalizasse indignação, chamasse o condutor à razão, fizesse parar o autocarro de imediato – pouco interessando se era ou não na auto-estrada –, tivesse exigido o Livro de Reclamações para, no destino, registar o sucedido. Ou tivesse, no destino, chamado as autoridades para efectuar, a justa e merecida queixa. Não! Foi – sob o manto do cobarde anonimato – entregue a jornalistas que, presumem, preservarão segredo sobre as fontes.