20/11/2019

Sandices convenientes

Há quinze anos, Pedro Santana Lopes, indigitado primeiro-ministro, teve a ‘luminosa’ e ‘peregrina’ ― dois dos mimos com que a intelligentsia nacional glosou a decisão ― ideia de retirar da capital uma Secretaria de Estado. Resultou em nada. Quinze anos volvidos, António Costa impulsiona a descentralização administrativa do Estado, incrementando-a, com três secretarias de Estado. A ‘luminosa e peregrina’ ideia de Santana Lopes, quinze anos passados, por ser de uma mente brilhante de esquerda é, no mínimo, «refulgente» e «cerebrina». Naturalmente resultará em nada. Do que ouvi e li já há quem esteja a ganhar – a senhora Isabel Ferreira, secretária-de-Estado da Valorização do Interior que, desde a transacta segunda-feira, acrescentou à casa e à família, o exercício da patriótica incumbência na cidade de Bragança. A senhora percebe da poda. Parabéns! Politicamente, não é uma excreção populista, não! É de esquerda. Há quem nomeie a decisão por paliativo (anjinhos!). Em rigor nem isso é ‒ a acção/medida paliativa não cura, mas mitiga. Ora isto, pura e simplesmente, não procede; ou seja, não cura nem mitiga. São sandices convenientes à «máquina». No que concerne a desígnios burocráticos, a Catalunha funcionará como farolete.