18/07/2024

Os (nossos) inveterados democratas

Elon Musk revelou que a Comissão Europeia propôs às plataformas de redes sociais acordos ilegais, secretos, no período que antecedeu as recentes eleições europeias. O acordo pressupunha que as redes sociais sigilosamente censurassem os conteúdos e, em contrapartida, ficariam imunes a processos judiciais que redundariam em multas gigantescas e restrições à sua actividade comercial. O Facebook e a Google aceitaram, segundo Elon Musk.
A hipocrisia e o cinismo da Comissão Europeia é extrordinária ― Bruxelas alerta constantemente para a ameaça da Rússia via disseminação de notícias falsas, desinformação e discursos de ódio. Mas, se isto é verdade, também é verdade que as pulsões censórias são um modo de acção das elites da União. O desprezo pelos cidadãos e pela democracia assenta na presunção de que os burocratas e decisores da União Europeia sabem o que é melhor para a sociedade e, portanto, serão eles a decidir o que é discurso aceitável, o que pode e não pode ser dito.
O Regulamento dos Serviços Digitais é uma máscara; é um subterfúgio para controlar narrativas úteis aos interesses da oligarquia e, para o efeito, usa polígrafos, algoritmos de remoção de conteúdos, cancelamento de utilizadores inconvenientes, …
A censura ‘democrática’ é promovida por dirigentes políticos com a cumplicidade activa de algumas plataformas, e passiva da comunicação social tradicional." *

O Partido Socialista, e o governo de António Costa alapado nas costa da pandemia, assim fez. A excepção foi o Observador que prescindiu da ‘penhora’.
Luis Montenegro, agora primeiro-ministro, perante as dificuldades das marcas da Global Media Group DN, JN, O Jogo, Motor 24, TSF, … ― e a consequente jeremíada não descartou categoricamente eventuais apoios.
Entretanto - ai, as generalizações! -, a qualidade dos pregadores domésticos é mais ou menos esta 




Em Espanha o inveterado democrata socialista, Sanchéz, prepara-se e, para tanto, propõe-se



Telmo Azevedo Fernandes

16/07/2024

Irreformáveis

"Mais de uma década depois da primeira tentativa para implementar o processo da revisão da despesa em Portugal, este instrumento de apoio à gestão financeira pública ainda não alcançou um estado de maturidade que assegure a sua eficácia. (...)
A revisão da despesa consiste num escrutínio detalhado, coordenado e sistemático da despesa base do Estado, com o objetivo de identificar poupanças decorrentes de melhorias na eficiência e oportunidades para reduzir ou redirecionar despesa pública não prioritária, ineficiente ou ineficaz.
"Em Portugal, sucederam-se três experiências distintas de desenvolvimento deste tipo de instrumento de gestão financeira, entre 2013 e 2024. As duas primeiras revelaram-se “episódicas e desconexas e não permitiram um desenvolvimento contínuo do exercício”. A terceira, em curso, não obstante estar mais alinhada com as boas práticas internacionais, “ainda não produziu resultados efectivos”.
É paradoxal que no decurso da implementação de um processo, que se propõe melhorar a economia, eficiência e eficácia da despesa, tenha existido um significativo desperdício de recursos.”

25/05/2024

Deles sobre eles e sobre 'isto' onde "não cessa o mal, nem dura o bem"

A revista Sábado traz um extenso trabalho * –– ‘assinalando’ os 50 anos da deposição do então Presidente do Conselho de Ministros, Marcelo Caetano –– sobre o livro «A porta de Marfim» de Maria Helena Prieto. Tangimento de “um encontro entre dois espíritos”, “coisa que se vela avaramente” conforme prefacia a autora.


Adquiri-o, por mero acaso, num alfarrabista. Se é forma admissível e aceitável de o dizer, digo – é dos livros mais lindos que li. De uma elevação tocante. Dos livros, que constam da minha biblioteca, que mais prazer me deram ler.



* o exercício de demonização de tudo, todos e de subreptícia propaganda não procede; é, aliás, contraproducente. Independentemente do regime, pérolas são pérolas e porcos são porcos.
O livro está e ficará; a revista, em formato virtual, já seguiu para 





19/05/2024

Agastamento de um senhor de fato


do sr. Sérgio Vitorino, 
editor do Correio da Manhã, com a (minha) «doença» 


Considerando a penúria da fundamentação dialética do sr. editor, basto-me citando uma locução latina
                      ― Sapiens nihil affirmat quod non probet 
(Não se deve afirmar o que não se pode comprovar)

Qual é afinal e logo (a título exemplificativo) com uma «brilhante»(!) carta do sr. Henry Stewart, inglês, ao sr. director do «Guardian» o fundamento do 'desprezo' do sr. Sérgio A. Vitorino com a minha ‘doença’?
1 - à superfície, a inexistência de crimes cometidos por quem anda de «kirpan». Tem provas?
2 - subliminarmente, o respeito devido «de quem está» pelas tradicões e costumes «de quem chega». Na linha deste raciocínio sugiro-lhe que, por exemplo, seduza (muitos) índios da tribo kawahiva ou piripkuras(não há pessoas mais despojadas), e mais uns centos de mumuílas, a virem para cá Mas, aloje-os nas suas cercanias! 

Parece-me que se esqueceu de ler a lei portuguesa sobre transporte de «armas brancas»; de aquilatar a conformidade legal do porte de kirpan.


21/04/2024

A vergonha não põe pão na mesa

A(s) diferença(s) entre Maximino Barbosa de Sousa, ex-padre, e António Ramalho Fialho, leigo, não revolucionário ou reaccionário

    . o ex-padre era revolucionário da UDP; o António foi apenas curioso em demasia
    . o ex-padre talvez tenha sido assassinado; o António foi linchado às claras e em público
    . o ex-padre talvez se aprontasse para ir colocar a bomba progressista no sacrário da sua, ou qualquer outra, igreja; o António em vez de levar armas reaccionárias levava a língua, que não soube morder
    . o(s) responsáveis pela morte do ex-padre nunca foram encontrados; o assassino do António ou uma das inúmeras testemunhas, ufano, ainda teve ocasião de rosnar uma robespierrice - “Este já não faz mal a ninguém

Parte apreciável da comunicação social por acasião do aniversário, 2 de Abril, da morte do Max - 'celebram' o revolucionário e não o ex-padre, obviamente - não se conteve em lembretes recordatórios; em 12 de Marco, data do assassinato de António a omissão/o silêncio foi de ouro – hoje como sempre com excepção (única) da jornalista Maria Armanda Pires Falcão, Vera Lagoa.

O que lhes convém sabe-me a amargoso.