15/07/2023

As 'culpa(s)' dos americanos

"En nommant la professeure d’économie Fiona Scott Morton, une Américaine – un fait sans précédent – qui a gagné des millions de dollars en conseillant des entreprises oligopolistiques comme Apple, Amazon ou Microsoft, «économiste en chef» de la direction générale de la concurrence, la Commission européenne a déclenché une belle tempête politique à Bruxelles et dans plusieurs capitales. 
«Ce n’est pas très malin: si on met dans un shaker les Etats-Unis, les Gafam [les géants du Web], l’Union européenne, la politique de concurrence, ça ne peut qu’exploser, évidemment», résume, consterné, un diplomate européen.
C’est mardi, à l’issue de la réunion du collège des vingt-sept commissaires, que sa désignation a été discrètement annoncée dans un communiqué de presse en même temps que quatre autres nominations. La twittosphère s’en est immédiatement emparé, puisque c’est la première fois que la Commission recrute un non-Européen à un poste aussi élevé et dans une fonction aussi sensible: certes l’économiste en chef ne prend pas les décisions, «mais il participe au processus décisionnel, a accès à des informations classifiées et influence fortement les débats», explique un eurocrate. (...) «L’Europe compte de nombreux économistes de talent», ironise la secrétaire d’Etat chargée de l’Europe, Laurence Boone, ancienne économiste en chef de l’OCDE. (...) La Commission européenne reste impavide: «Il n’y a pas de motif de reconsidérer» cette décision, a tranché vendredi Dana Spinant, la porte-parole adjointe."
                                        . Libération, 15 july 2023
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Não há por ali uns acentuados vestígios de chauvinismo, pois não?! Não obstante os franceses, parece-me, não terem percebido ainda que perderam, ou melhor desperdiçaram (começaram a ser proactivos nesse desempenho lá muito atrás, logo a seguir à IIª GM, e ainda com afinco e consciência durante as décadas de 70 e 80 do século passado), as condições inerentes à cultuação desse viés idiossincrático.

14/07/2023

Da grunhice

A aquisição de um substrato civilizacional é um processo, não é um acto. Não se faz com um estalar de dedos, nem se alcança por determinação 'superior' ou distintas proclamações. Aliás, as proclamações até podem ser prejudiciais - convencem os de baixo que são 'altos'. Foi o erro da rã!
É um processo que, para se revelar consistente, é lento, muito complexo e exigente. Não se revela numa ou em duas gerações, a evolução é determinada por algumas inclusões/integrações/transigências e outras tantas 'exclusões' ou, pelo menos, intolerâncias e o mais difícil é a disponibilidade - chame-se-lhe interiorização - do cabotino, do capadócio
, do grunho ao burilamento. Este movimento é descendente; tem de se 'impôr' de cima para baixo. É aqui que bate o ponto no nosso caso: é bem mais fácil fazer um 'bruto' passar pelo buraco de uma agulha do que um grunho. Ou não fosse o grunho, em sentido figurado ou estrito, um bruto destituido de uma série de atributos como a simplicidade, a humildade, a genuinidade. Ora o grunho é precisamente o bruto que recusa o que seja que não lhe satisfaça os instintos. O grunho é sempre cheio de si, arrogante. A razão/raciocínio não é um instinto - é um lenitivo.
Em tempos, distantes, supús possível e pacífico esse processo osmótico. Estava enganado. Já só lá chegamos por natural (para mim, óbvia) dissolução de que resultará em termos sociológicos qualquer outra 'coisa' que, em década e meia, pouco terá a ver com a sociedade que conheci - daí que eu afirme que, a maioria dos que detêm o poder decisório, falam e pensam uma sociedade em vias de extinção. Em casos inúmeros, e na prática, irremediavelmente extinta. A não ser que se creia que os ténues resquícios dos pauliteiros de Miranda sejam uma forte e firme 'afirmação' - afirmação é; forte e firme, não. Se estes o são, cá, então os Amish bem podem pensar em fazer da Pensilvânia um país independente.



13/07/2023

Rábulas sem mérito

porém, merecidas.
"Uma sociedade que se levasse a sério ....", escrevia eu, incorrectamente. Se se levasse a sério não teria passado pelo que passou, antes e depois do 25 de Abril; não se tinha sujeitado a estender a mão à 'caridade' internacional a cada década e meia e, cinco décadas depois, não estava disponível para o bombardeio quotidiano desta torrente de rábulas. E por contadores de rábulas temos que não há instituição que se salve: nem daquelas 'coisas' denominada Procuradoria-Geral d(est)a repúblicaMi(nis)tério público e outras 'loisas' como Cresapet al.
Também já não procede gritar/clamar por vergonha: era necessário que, quantos procedem sem pingo de vergonha, reconhecessem a desonra. Ora se não há causa, não há efeito. Lá vai o tempo em que "vergonha era roubar" - e
 ainda assim havia ladrões! Já não há a quem as faces se lhes ruborizem pelo pejo ou sequer pelo opróbio.
O que é mérito? Mérito, competência, eficácia, eficiência, ... são conceitos rigorosamente estabelecidos e enquadrados. De tal forma que, entre nós, aos genitores e/ou às genetrizes lhes resta somente lamentar embora, para mim, eventuais ou efectivas jeremíadas são questionáveis, e suspeitas. O mérito é um substantivo incompatível com o «nosso jeitinho de». Nem o regime procura quem pretenda mais do que ser um reconhecido comissário, ou intendente, ou ... pessoas de plasticina. Nada disto é senão as rábulas servidas por todo esse legitimado putedo franciscano. Cada qual, mas todas, com um propósito inconfesso.
Wittgenstein advertiu que os problemas afloravam quando a linguagem ia de férias ou seja, o perigo de tratar as palavras como se o seu significado fosse arbitrário. 

09/07/2023

"O que preocupa as pessoas são temas diferentes"

A porta voltou a abrir-se à saída de mais um governante - o 13º em ano e meio de maioria absoluta. O ritmo abrandou, mas a falta de vergonha e de noção mantém-se. A verdade é que
governar deixou de ser coisa de gente sériaAinda que uns poucos da velha guarda permaneçam impolutos, o grande legado da governação de Costa é a arte da fintaPelo caminho, fica o país mal governado e mal amanhado, fruto das medidas de gestão de crise tomadas com o mero propósito de limpar a cara e garantir a sobrevivência política.
. Joana Petiz

O que preocupa (?!) as pessoas são temas diferentes.