Vai
para quarenta anos, a administração do BPSM (Banco Pinto & Sotto-Mayor)
presidida pelo prestigiado tecnocrata (sem ironia) Loureiro Borges decidiu
unilateralmente e sem dar conhecimento aos depositantes, fazer uma necessária,
e urgente, limpeza no balanço leia-se, aliviar o ‘peso’ das operações passivas ‒ umas largas dezenas de milhões de contos. O
que fez? Depósitos superiores a cinquenta contos em regime de capitalização, no
vencimento, não capitalizavam. Os depositantes residentes tiveram condições
para reagir no sentido de minimizarem perdas, mas os depositantes emigrados não
tiveram ‒ o segmento focado
era mesmo este: BPSM e CGD detinham o portfolio da emigração; o BNU, o BPA e o
BF&B eram pouco expressivos.
A
banca ainda estava nacionalizada e, por conseguinte, equacionar a possibilidade
de mexer na componente «balanço social» ou seja, chamar à mesa a direcção dos recursos
humanos, por exemplo, era inimaginável. A banca nacionalizada detinha uma outra
função: não contribuir para o desemprego.