25/08/2024

Há coincidências tramadas

Estava eu a ler, a sorver e a anotar uma série de passagens conforme as suas importâncias relativas ou absolutas, do verde para o vermelho, página anterior folha à frente, o livro «The Civilization of Illiteracy», de Mihai Nadin, aonde se lêem afirmações
The first irony of any publication on illiteracy is that it is inaccessible to those who are the very subject of the concern of literacy partisans. Indeed, the majority of the millions active on the Internet read at most a 3-sentence short paragraph”,
e por aí vai, quando dou com uma entrevista da professora Inês Lynce, professora do INESC-ID (Instituto de Engenharia de Sistema de Computadores do Instituto Superior Técnico), a quem a revista prestou um mau serviço. Pela razão lhana, porém essencial, depois de tanta ‘coisa’ cuja compreensão e importância são vitais, se limitar a destacar
A ideia da ‘matéria dada’ tem de desaparecer. Existe uma bibliografia, dizemos qual é a matéria, podem existir umas aulas, sobretudo motivacionais, para que os alunos fiquem com vontade de saber, mas cada vez mais eles vão aprender sozinhos

C
hego a especular se não há nestes detalhes quase incompreensíveis para o comum dos leitores intencionalidade leia-se, má-fé, ou se é somente impreparação técnica e/ou científica da parte de quem resolve meter-se a ceifar trigo com uma sacholaÉ que a senhora também diz e o destaque é nenhum, por exemplo,
  • em termos de comunicação e divulgação há muito trabalho a fazer. Não só na questão da Inteligência Artificial, mas na cultura científica em geral. É preciso saber transmitir informação às pessoas. Penso que, nas gerações mais novas, esta questão já está a mudar (…) vejo pessoas de grande craveira científica a ir às escolas, para falar com os miúdos. Temos de nos esforçar, temos de desmistificar.”,
  • na investigação é preciso muita persistência (…) por ser um trabalho muito dependente da aceitação dos pares, do processo de publicação científica (…) o ambiente onde se está é importantíssimo”,
  • Não vejo mal que se pergunte a um chatbot que perguntas é que se fazem numa entrevista de emprego. Não vejo mal, desde que depois a pessoa tenha sentido crítico e dali possa fazer alguma triagem”,
O resultado prático é que a maioria dos que adquirem a revista se ficam pelo destaque que encima a longa entrevista, e são enganados; e dos que a lêem de princípio a fim para lobrigar as camadas interiores estarão capacitados para discutir e arguir em abono ou desaprovação com fundamento. São a minoria e, em tese, não carecem de esclarecimento.
Na prática , foi o meu caso , antes de passar à leitura, ‘perguntei
Em que mundo vive esta criatura?!
E foi a minha curiosidade em vislumbrar o mundo em que vivia a senhora (a academia não se queixa da falta de idiotas supinamente intruídos) que me levou ao resto. Ainda bem.