Um político está sempre capaz de pronunciar
qualquer estupidez e, no caso em apreço, Wopke Hoekstra, ministro das Finanças
da Holanda, acrescentou-lhe um deplorável sentido de oportunidade. Realizo que,
horas a ouvir jeremiadas de relapsos legitimados por moles ociosas e
negligentes, serão provação pesada embora a esse tormento, se submete somente quem
se voluntaria.
De facto são dois, os infortúnios: i) a ausência de jeito do dignitário
holandês e ii) a inércia e o desperdício
de tempo para, antes da eclosão da pandemia viral e da multíplice crise, fazer
exigências quer aos parceiros quer aos organismos europeus.
Costa tomou as dores de Espanha e Itália;
encanitou-se — Pudera! Chamamos egoísta a quem não se sacrifica ao nosso
egoísmo; Como não?! Se os indivíduos tal como as nações têm virtudes distintas
e defeitos idênticos mormente no que concerne ao património comum constituído
pela sordície ‒ as nações portam-se
com decência se as circunstâncias não permitirem outra coisa.
Quando, assim, não foi? Por que carga d’água
teria de ser diferente, agora?
Atitude dissímil é que seria notícia. E, dependendo
do intuito, quem esquissa ou alinhava as suas concepções com lirismo é cretino
ou patife.
António Costa conseguiu com a inconsequente
bravata — o que se conseguir dever-se-á, naturalmente, ao que a França, Itália
e Espanha representam e ao(s) peso(s) específico(s) que possuem, e nunca à atrabílis
do ‘primeiro-luso’— inflar os egos lusos, e pô-los a aclamá-lo.
É um arquétipo a diferença entre sobriedade
analítica, a ponderação opinativa designadamente no El Pais, El Mundo,
Expansion, assim como a contenção de Sanchez e Giuseppe Conti e os cheliques
agastados do nosso ‘primeiro’!
‡
Não obstante, a honestidade intelectual exige
que se volte a questionar agora mais ponderosamente do que na designada ‘crise
das dívidas soberanas’ em 2010
‒
Para que serve a União Europeia, afinal?