Há que conseguir descrever desapaixonadamente
a génese para melhor se compreender o ‘mistério’. Cingimo-nos às funções, e nada aprendemos sobre o mecanismo. Como explicitou Helmut Wiesenthal ‘sobrevivem os sistemas que são capazes de aprender e estão dispostos a tal’. Se a sociedade estivesse capacitada para aprender — e está — e, simultaneamente, se se dispusesse à
aprendizagem — as quatro últimas
décadas provam até ao fastio que não quis/quer — sobrevivia.
O que não aprendemos de forma voluntária, aprenderemos
por imposição. Tarda, mas não desaparece. E se os efeitos/consequências mais
cedo não chegam tal fica a dever-se à inexistência ou indisponibilidade de «escravos
da moral». À lupa, não há escravos da moral. O que prevalece na ‘sociedade
civil’ são as redes de malfeitores e bandidos (sem aspas) politicamente
enquadrados por súcias partidárias cuja preocupação, primeira, é amojar os
úberes à ‘leiteira’.
Com a maior cara-de-pau respondeu o
Presidente da República, à missiva dos generais, imputando responsabilidades à ‘apatia
da sociedade’, pior, à generalizada ‘insensibilidade e lassidão’. A figura desmerece-me mais do que o comentário seguinte
— “Isto” está muito acima da canópia de
vulgaridades com que apascenta o gado; no melhor traço da escola «a
culpa/responsabilidade é dos outros» é o topo da escusação.
― • —
(1) por
desapreço
Da obra, li algures que é expressão
racista. É um aborrecimento! Realmente estamos imersos numa ‘cultura histérica’
(Lídia Jorge). Que seja! Não deixa de poder arguir-se que, na escala da
evolução, as galinhas são muito mais estúpidas do que quaisquer símios. Bandsky
podia ter vedetizado galinhas. Ter-lhe-á porventura ocorrido a ideia de as
galinhas sendo aladas além de desassisadas, poderiam instigar a imaginação dos
contemplativos, críticos, ou seja, levá-los a supor anjinhos. Não são: nem as
galinhas nem os figurados/representados.