05/04/2023

Um coio, a TAP,

neste imenso valhacouto, Portugal. É a praxis do Partido Socialista, aliás, em conformidade com os preceitos da melhor sua melhor tradição. Gerar e alimentar expectativa(s) que levassem a um desenlace diferente é irremediavelmente um anseio confinado a um perímetro asnal. Não espanta - compõe a doxa nacional.
〰 〰 〰

O ex-secretário de Estado das Infra-estruturas, Hugo Mendes, terá pedido à CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, para adiar um voo de Moçambique que tinha como passageiro, o Presidente da República. Na troca de mensagens, a CEO da TAP expõe ao ex-governante a preocupação quanto à exposição do pedido.

A minha preocupação é que se isto se torna público, e podemos ter a certeza de que se tornará, não vai ser bom para ninguém, não achas?"

Em resposta, Hugo Mendes escreve

“(…) entendo que isto possa ser algo irritante para ti, mas não nos devemos permitir a perder o apoio político do PR. (…) Ele tem-nos apoiado quanto à TAP, mas se o seu humor mudar, está tudo perdido (…) Uma frase vinda dele contra a TAP/Governo vira o país todo contra nós. (…) Ele é o nosso principal aliado político, mas pode tornar-se o nosso maior pesadelo.”

02/04/2023

"Quem começa no que é adequado

e nunca encontra o que não é adequado, esquece-se da adequação do adequado" *

Dans un siècle, ceux qui écriront l’histoire de la transition démographique européenne seront sidérés par les efforts intellectuels investis par ceux qui la subissaient ou la justifiaient pour expliquer qu’elle n’avait pas lieu. 
Notre époque s’essaye au grand écart logique en expliquant que l’immigration massive est une chance pour l’europe tout en expliquant en même temps qu’elle n’a pas lieu.

"Se nos esquecermos que temos pé, o sapato é adequado,
Se nos esquecermos que temos barriga, o cinto é adequado,
Se sabemos esquecer o certo e o errado, a mente é adequada,
Se não há perturbação interior nem sujeição ao exterior,
o momento de actuar é adequado" **

Une fois qu’elle a toutefois transformé la composition démographique d’une population, on célèbre alors cette mutation, tout en expliquant qu’il ne s’agit pas d’une mutation car il en aurait toujours été ainsi. On pousse l’audace toujours plus loin en expliquant qu’un peuple historique ne peut subir une submersion migratoire et devenir minoritaire en son propre pays car ce peuple n’existerait tout simplement pas – les peuples n’auraient aucun substrat identitaire ou 

01/04/2023

'Minhocas para os gorgomilos de um bando de azêmolas' *

Da brigada opinante que opera na comunicação social um dos que ainda ouço é José Miguel Júdice. Dos restantes ‒ do Marques Mendes ao Paulo Portas … já se me turva a ideia das respectivas fisionomias e de ‘mesas redondas’ com Oliveiras, Lopes, Claras, fujo.
Esta semana, Júdice sugeriu a leitura de «Correspondência – Eduardo Lourenço, Jorge de Sena», sem esboçar a mínima justificação instigadora: desconheço se por falta de tempo. Facto é que merece ser lido na minha perspectiva porque o que mais tem havido, anos e anos a fio, é especialistas a sacar de E.L. para armar ao pingarelho e a divagar de forma absolutamente tortuosa e, sem acaso, a tortuosidade é constituída por uma resma de omissões inconvenientes aos predicatórios; ou seja, para que aqueles que emprenham pelos ouvidos, a maioria, permaneçam numa ignara existência sem lhes tolher os caminhos para a beberragem do fino.
Como escreveu Lourenço, citando Göethe, “o povo que efectivamente trabalha e para quem a maioria das revoluções, que se fazem em seu nome, não significam mais que a possibilidade de mudar de ombro para suportar a costumada canga” ou “não trabalhar foi sempre, em Portugal, sinal de nobreza” ou “os portugueses vivem em permanente representação, tão obsessivo é neles o sentimento de fragilidade (…), e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura”, etc … são (algumas das) proposições, postulados, sistematicamente ‘obliterados’ por parte da mestrança panegirista. Mas melhor, mais útil, esclarecedor, são as considerações de toda a ordem sobre ‘os inconvertíveis e liliputianos coríntios da nossa comum e irredenta cultura’ (1982).
Nutria, pela maioria deles, um respeito intelectual e uma consideração pessoal notáveis.
Da caneta de Jorge de Sena, mais impetuoso, é um fartote.

* "(...) a cambada está a ganhar, Não vale a pena, Portugal é daquilo, e as gerações sucedem-se cada uma mais canalha que a outra" - Jorge de Sena, 1972

People Over Robots

The Global Economy Needs Immigration Before Automation

by Lant Pritchett

We live in a technological age — or so we are told. Machines promise to transform every facet of human life: robots will staff factory floors, driverless cars will rule the road, and artificial intelligence will govern weapons systems. Politicians and analysts fret over the consequences of such advances, worrying about the damage that will be done to industries and individuals. Governments, they argue, must help manage the costs of progress. These conversations almost always treat technological change as something to be adapted to, as if it were a force of nature, barreling inexorably into the staid conventions and assumptions of modern life. The pace of change seems irrepressible; new technologies will remake societies. All people can do is figure out how best to cope.
Nowhere is this outlook more apparent than in the discussion of automation and its impact on jobs. My local grocery store in rural Utah has hung, with no apparent sense of irony, a sign proclaiming the company’s support for U.S. workers above a self-checkout machine, a device that uses technology to replace the labor of an employee with the labor of the customer. Much ink has been spilled in explaining how automation threatens some low-skilled workers and what governments should do to help: for instance, countries could support retraining initiatives, revamp education systems, or invest in redistributive schemes. At the same time, many governments hope that machines can save their economies from the consequences of demographic decline and aging. Techno-optimists argue that the United States and many other wealthy countries need automation to make up for dwindling working-age populations and looming gaps in workforces. Happily, they suggest, the advance of technology will sweep aside the troubles of demography.
But these debates and arguments miss a very simple point. As seismic as it may seem, technological change is not a natural force but the work of human beings. Of course, technology has radically improved human lives: no one wants to live without electricity, flush toilets, or (in Utah) central heating. In other cases, however, it is new policies, and not new technologies, that societies need most.
Automation is often a solution in search of a problem. It is a choice people have made, not an inevitability and certainly not a necessity. For instance, the United States faces a scarcity of truck drivers. The American Trucking Association has estimated that in 2021 there were 80,000 fewer drivers than the total needed and that, given the age of current drivers, over a million new ones will have to be recruited in the coming decade. To deal with this deficit, many tech moguls, including Amazon founder Jeff Bezos, have invested in the research and development of self-driving vehicles, technology that would reduce the demand for drivers. For Bezos, such technology makes corporate financial sense; Amazon relies on low shipping costs to keep its prices down. But it does not make wider economic sense because millions of people would be happy to drive trucks in the United States — they just need to be allowed to work in the country.
There is no global scarcity of people who would like to be long-haul truck drivers in the United States, where the median wage for such work is $23 per hour. In the developing world, truck drivers make

Automation is not inevitable; it is a choice.

31/03/2023

Mitologia comparada

Bem comparado é se se considerar que o rei nunca mandou limpar os estábulos;
Bem comparado é se se considerar que o gado do rei  Áugias * produzia imenso esterco;
Mal comparado é se se considerar que o gado que o rei* lá guardava lá era do mais sadio que podia existir;
Mal comparado é se se considerar que houve um Hércules disponível para esse «quinto trabalho»**;
Mal comparado se se considerar que Hércules encarou o desafio, e venceu ***.