14/11/2021

Ciber-inábeis e ciber-afoitos

O mais fácil seria a arenga de pendor moralista ou as reivindicações éticas. Além de fáceis seriam com certeza mais ‘bonitas’ — enquadrar-se-iam naquele ramerrame melífluo com que se mantêm os bois a dormir. Ora tudo, todos os sinais apontam para a constatação de que não há inocentes. E se os há, ou os que o são, que se precatem.

    • As instituições político-administrativas ‒ dos poderes legitimamente instituídos aos reguladores designados ‒ que não procedem com efectividade e resultados visíveis, o menos a que se sujeitam é serem tomadas por cúmplices na forma de adjuvantes, complacentes, ou…‒ a gradação é assunto para a etimologia ou filologia (‘artigos’ em que sou um zero à esquerda). Quando se está incapacitado, há incapacidade ou se é incompetente desmonta-se do animal.
    • Os particulares que são golpeados não merecem quaisquer deferências – a esperteza saloia, o atrevimento, a ganância,…pagam-se. E sem recibo.
Baratas espertas não atravessam o galinheiro melhor, nem lá entram!



 

06/11/2021

O hibisco da justiça

•Para a maioria, a regra é o (des)segredo de justiça;
•para uns tantos ‒ poucos ‒ dessegredo ou segredo de justiça, depende do contexto, das circunstâncias, da conveniência strictu sensu, da especialidade e de umas quantas tecnicalidades;
•para outros, ‒ muitos menos ‒ enquanto estão qualquer coisa, a pétala da lei é imperativa, e, depois de estarem, veremos. 

A justiça, o «segredo de justiça» do nosso ‘estado-de-direito’ tem dias. É como o hibisco ‒ em dias nevoentos e a partir do lusco-fusco fecha as pétalas. Se não está bem, não se dê ares de hibisco ‒ o hibisco não viceja em meios lodosos.


31/10/2021

As formas da merda

Há contextos, ocasiões, bípedes, … em que não tenho como recorrer a sinonímia burilada para me referir a eles. Seria mais agradável quiçá para os visados e para quem lê, mas seria pior para quem escreve pela 1. esforço de contenção e 2. iludia a exacta designação dos componentes.
Se há virtude que a merda desmerece é todo e qualquer tipo de acção virtuosa, probidade retórica, esmero cívico ou urbanidade!

Ao ler, em diferentes órgãos de comunicação social, que 
a GNR estará a realizar perícias à roupa, ao papel higiénico e a fragmentos biológicos de Nuno Santos - o trabalhador mortalmente atropelado a 18 de junho pela viatura oficial em que seguia o montículo de merda, que está ministro da Administração Interna, na A6”
designo-o(s) assim e, confesso, não liquido a minha indignação.
O dejecto, ministro, tem ciência disto tudo, do mais que nós desconhecemos, provavelmente jamais saberemos, e, não há comunicados, reclamações de inocência que lhe valham. Parte dessa canalha desmerece-me o que seja aquém de inominável ‒ são nojentos e menos do que profundo asco, para mim, é um exagero.

Abreviando — o cagalhão no topo do bolo seria a nossa ‘justiça’, no futuro, eximindo a poia que está ministro, a abornalar quaisquer formas de isenção de culpabilidade com uma decisão – no trabalho não se mija nem caga! ‒  que fizesse jurisprudência.
Pulhas!