20/12/2024

Ver e notar de Portugal o desconforto *

O (nosso) problema estrutural é CARÁCTER. É comum ― tão comum que me causa asco ― ouvir e ler da autoria de uma série de personagens muito bem informadas, superiormente formadas técnica e/ou cientificamente, socialmente diligentes como poucos, … que este, aquele e aqueloutro problema(s) é estrutural. É assim na saúde, na justiça, no ensino, ... Sempre replico ― sem perder a noção de que confrontá-los ou afrontá-los, é fazer algo semelhante a uma apostasia numa teocracia ―, que o nosso problema estrutural é de tal amplitude e tamanha magnitude que, em tese, é irresolúvel. Corre(-nos) no sangue! (e contra isto não há inconformismo que valha).
O desiderato não é a formatação das instituições, nem as molduras políticas e jurídicas do sistema, não está na débil e medíocre instrução dos mais directamente interessados – o 'mundo' e a clarividência dos 'urbanos', neste âmbito, vale o mesmo que a ausência de perspicácia e a farronquice dos ‘provincianos’. O problema é o nosso carácter, comum! Não há remédio a prescrever; o remédio está na forma como «cada um percepciona as distorções, gere as aberrações, e decide conviver com elas» **