20/08/2022

Partir o espelho não é solução,

não se olhar nele também não; e virá-lo ao contrário idem, aspas, aspas.

             Já houve um tempo em que os próprios, «eles», à parte a função desempenhada e/ou relevância social, se exasperavam com o referente; e do portfolio argumentativo sacavam sempre do trivial ‒ a abusiva/excessiva/errada generalização (presentemente é populista). Não erravam; simplesmente e para os efeitos convenientes postergavam, passavam uma esponja sobre as características da alegoria – era-lhes reservado o direito de uso.

«Eles» são, hoje —, aqui e em qualquer outro lugar ― quem sempre foram: uma porção de «nós», quaisquer que sejam as circunstâncias. Inferir isto é desolador, mas há pior. O pior é devastador; o pior é concluir definitivamente que, por mais rendilhadas que sejam as explicações, o que produzimos é ‘isto’. Ou melhor: o que produzimos de bom [e produzimos!] não é suficiente para, em termos sociopolíticos, suster primeiro e, depois, inverter a socórdia prevalecente.