07/01/2025

A descer todos os santos ajudam

Passei pela RTP2 porque é a estação que ainda transmite umas «séries» que retêm a minha atenção, e estava o bispo Américo Aguiar a palavrear vacuidades fugindo como o diabo foge da cruz de qualquer ‘coisa’ que os comprometa – a ele e à ‘Madre’. O senhor, em pouco menos de três minutos de conversa fiada, proferiu as expressões «aquilo que é» e/ou «aqueles que são» ― contei-as! ― 11 vezes; proferiu-as três vezes na mesma frase. Um bispo!…
Esvai(em)-se a(s) «narrativa(s)», mas arriba(m) vigorosa(s) a(s) «percepção(ões)». Até nisto, melhor, também nisto somos uma sociedade medíocre. «Aquilo que é», como muito bem escreveu a directora do jornal «regional» ― os parolos ‘de Lisboa’ preferem dizer «província» ―, O Alcoa, “é uma metáfora do país”. Há umas dezenas de anos, Joaquim Manuel Magalhães*, tal-qualmente Ramalho Ortigão (prescindo nomear o «mais-que-tudo») há um século, esfregava-lhes o nas trombas
(…) se a colectividade de esterco que é este país do ponto de vista cultural assim continuar continuarão a subsistir os vendedores de banha de cobra, os papagaios, os escritorzecos que tudo fazem para aparecerem com as trombas nos jornais, (…) certos ‘inteligentes’ dispostos a tudo para ganharem umas coroas e se firmarem como vultos em lugares iníquos adquiridos por manobra.
Povera miseria!

* in Os prosadores de centro comercial