Passei
pela RTP2 porque é a estação que ainda transmite umas
«séries» que retêm a minha atenção, e estava o bispo Américo
Aguiar a palavrear vacuidades fugindo como o diabo foge
da cruz de qualquer ‘coisa’ que os comprometa – a
ele e à ‘Madre’. O senhor, em pouco menos de três
minutos de conversa fiada, proferiu as expressões «aquilo que é»
e/ou «aqueles que são» ― contei-as! ― 11 vezes;
proferiu-as três vezes na mesma frase. Um bispo!…
Esvai(em)-se
a(s) «narrativa(s)», mas arriba(m) vigorosa(s) a(s)
«percepção(ões)». Até nisto, melhor, também nisto somos uma
sociedade medíocre. «Aquilo que é», como muito bem
escreveu a directora do jornal «regional» ― os parolos ‘de
Lisboa’ preferem dizer «província» ―, O Alcoa, “é
uma metáfora do país”. Há umas dezenas de anos, Joaquim
Manuel Magalhães*,
tal-qualmente Ramalho Ortigão (prescindo nomear o
«mais-que-tudo») há um século, esfregava-lhes o nas trombas
“ (…)
se a colectividade de esterco que é este país do ponto de vista
cultural assim continuar continuarão a subsistir os vendedores de
banha de cobra, os papagaios, os escritorzecos que tudo fazem para
aparecerem com as trombas nos jornais, (…) certos
‘inteligentes’ dispostos a tudo para ganharem umas coroas e se
firmarem como vultos em lugares iníquos adquiridos por manobra.”
Povera miseria!
*
in Os prosadores de centro comercial