porque, no caso em apreço - a rusga policial ao slum multicultural predilecto da esquerdalha lusitana -, me diz respeito indirectamente; me diz respeito directamente, porque sou i) cidadão português, ii) residente em Portugal. E, juntando o desagradável ao útil porque, na medida do que me é possível, contribuir para reduzir a uma efectiva irrelevância as súcias de crápulas intelectuais, as quadrilhas de acólitos tolinhos e a caterva de pulhas que zanzam de microfone em microfone, de estúdio em estúdio, de redação em redação é um desígnio patriótico; e, acima de todas as 'coisas', um proveito mediato para meus filhos e netos. Não é agradável, pelo contrário – nem para quem as faz, nem para quem é sujeito a elas. Je sais. Je sais, mais: Rusgas são necessárias e não apenas ao bairro do Cerco ou Lagarteiro, no Martim Moniz ou na Cova da Moura.
. À chegada de Fortaleza, por distracção minha e de acordo com o alto critério da inspectora da ’polícia de fronteira’ de serviço no aeroporto de Lisboa, fui revistado e a minha bagagem vistoriada. Não gostei, mas é a vida. Acontece, tem de acontecer e que continue a acontecer.
. À partida de Lisboa, num voo Lisboa/S.Paulo, despi o pullover, depois tirei o cinto, não foi suficiente e tive de passar pelo pórtico, descalço. Não gostei, mas é a vida. Sucede.
. Em Recife, para embarcar, vi atirarem para o lixo uma embalagem de sabão líquido medicinal com dimensão e conteúdo superior ao determinado, que trazia no saco de mão. Não gostei, mas é a vida. Não sou melhor do que os outros nem detentor de estatuto privilegiado.
É assim, porque assim tem de ser. Tudo o que, nesta matéria e com este fim, seja efectuado cumprindo as regras de urbanidade, educação e respeito tem o meu acordo.
“A consciência fala, mas o interesse grita.”
― Jules Petit-Senn