04/06/2025

" Não forces uma verdade a dizer mais do que diz " ...



"Porque o limite a que vai dar toda a verdade é o silêncio" *

* Vergílio Ferreira

17/02/2025

Sem paciência para divagações

«Andas caladito», disse-me.
É verdade! Nesta caminhada há ocasiões para tudo: presumindo que temos voz, opinião e proposta audível, umas vezes peroram os desconfiados, os cépticos, os ‘pessimistas’, e, outras há em que devem saltar para a ribalta os que ― pelas mais variadas razões ou motivos ― descobrem o mundo, os indefectíveis idealistas, os descritores da pedra filosofal, os líricos enfim, os optimistas. Há, por ora, uma montanha de factos para que falem os ‘optimistas’. Chegou a vez desses, de cima a baixo, provarem com resultados que os rezingões estiveram, e continuam, equivocados. Há uma ‘coisa’ ― é a única ― que tenho por certa: revolvam-se, esperneiem, estrebuchem, façam o que lhes der na gana, mas ‘isto’ como está(va) não ficará. Soluções haverá, mas doerão! Na Europa as dores começarão ainda antes que 2025 finde.
Os ‘parâmetros’ do croquis da solução para o presente cúmulo de cisões, desafectos, anomalisas, falências, impotências, ‘roteiros’ incumpridos, ‘mapas’ falsificados e fantasiosos, foram 'trucidados' no decurso das derradeiras quatro décadas. Isso, e apenas isso, sei com fundamento. Pretendes começar ― estou disponível ― por onde? pelo quê? desde quando?
Fiquei sem resposta, e ainda bem. Afinal Sören Kierkegaard já se finou há cento e setenta anos, os gansos continuam gansos, e eu já li as parábolas que desejava ler.



08/01/2025

Temos de os encostar à(s) parede(s)

É mesmo necessário encostá-los à parede! A uns, sempre que mijarem fora do penico, com devolução à procedência; aos outros, aos perpetradores, um longo período sabático nos calabouços. Temos de continuar a encostá-los à parede.


07/01/2025

A descer todos os santos ajudam

Passei pela RTP2 porque é a estação que ainda transmite umas «séries» que retêm a minha atenção, e estava o bispo Américo Aguiar a palavrear vacuidades fugindo como o diabo foge da cruz de qualquer ‘coisa’ que os comprometa – a ele e à ‘Madre’. O senhor, em pouco menos de três minutos de conversa fiada, proferiu as expressões «aquilo que é» e/ou «aqueles que são» ― contei-as! ― 11 vezes; proferiu-as três vezes na mesma frase. Um bispo!…
Esvai(em)-se a(s) «narrativa(s)», mas arriba(m) vigorosa(s) a(s) «percepção(ões)». Até nisto, melhor, também nisto somos uma sociedade medíocre. «Aquilo que é», como muito bem escreveu a directora do jornal «regional» ― os parolos ‘de Lisboa’ preferem dizer «província» ―, O Alcoa, “é uma metáfora do país”. Há umas dezenas de anos, Joaquim Manuel Magalhães*, tal-qualmente Ramalho Ortigão (prescindo nomear o «mais-que-tudo») há um século, esfregava-lhes o nas trombas
(…) se a colectividade de esterco que é este país do ponto de vista cultural assim continuar continuarão a subsistir os vendedores de banha de cobra, os papagaios, os escritorzecos que tudo fazem para aparecerem com as trombas nos jornais, (…) certos ‘inteligentes’ dispostos a tudo para ganharem umas coroas e se firmarem como vultos em lugares iníquos adquiridos por manobra.
Povera miseria!

* in Os prosadores de centro comercial

05/01/2025

"São imagens difíceis de suportar"

 "As nossas memórias não nos visitam por ordem cronológica, e a história que formamos ao unir essas memórias envolve escolhas que têm a função de criar uma unidade de conjunto e estabelecer um padrão."
                                                      Zafar *
pranteava, ontem, a pivôt da CNN/Portugal, antes de dar a palavra a uma alma contristada e ferida a quem foi recomendada a expectável ladainha. Não fosse para isso não teria ido lá. O fundo, o mote, as crianças que morrem à fome em Gaza.
Há nesta 'senda' um denominador comum ― a ‘massa’ de que são feitos os elementos destas corjas 'de especialistas da cooperação internacional que extravasam de amor pela Humanidade’, mas sem qualquer interesse pelas pessoas em concreto' e que se reinventam geração após geração, e se espalham como cogumelos, e fazem parte de uma série de instituições de índole diversa mas o mesmo propósito político nomeadamente nas organizações constitutivas da ONU, nas múltiplas ONG's, na comunicação social ― quantos escrevem pelo bifinho da refeição seguinte! ― e nas igrejas ― no topo, a católica. Desta(s) hordas de 'profissionais da caridade' ficcionou (?!), com a autoridade de quem nasceu no Bangladesh rural, Zia Haider Rahman, em «À Luz do que Sabemos».
Mais do que prestar atenção às fotos dos esquálidos meninos do gueto de Varsóvia nas sucessivas versões, ao longo do séc. XX e XXI o que me surpreende é ainda não ter aparecido um Bono, Roger Waters, Springsteen, Bob Geldof a realizar um (New) Live Aid para eu levar o meu telemóvel-luzinha-acesa-no-escuro e cantar Give Peace a Chance amolecendo estas e aquelas almas empedernidas ―, há que realçar algo que, figurativamente, fica assaz explícito: às salamandras de antanho sucederam os oxolotes do presente. Agora esquadrinhe sobre o(s) porquê(s) do destronamento das salamandras pelos oxolotes. As salamandras metamorfoseiam-se; o oxolote é uma espécie de salamandra que, ao invés das salamandras, a dado passo da sua evolução decidiu, por não encontrar vantagem, permanecer na fase tipo girino.