Desde
que regressei do Fórum Económico Mundial deste ano, em Davos, que
me tenho sido insistentemente questionado sobre as minhas principais
conclusões. Um dos temas mais debatidos este ano foi a inteligência
artificial, em particular a IA generativa (GENAI). Com a recente
adopção de grandes modelos de linguagem (como o que é utilizado
pelo CHATGPT), há muita esperança – e sensacionalismo – sobre a
forma de «como a IA pode ajudar a desenvolver a produtividade e o
crescimento económico no futuro».
Para analisar esta questão, temos de ter em linha de conta que a estupidez humana é bem mais predominante no mundo do que a IA. A proliferação de mega-ameaças – elementos de uma policrise mais abrangente – confirma que os nossos políticos são demasiado disfuncionais e as nossas medidas políticas demasiado desorientadas para conseguirem enfrentar até os riscos mais sérios e óbvios que se colocam perante o nosso futuro. Estes riscos incluem alterações climáticas, que terão custos económicos avultados, estados colapsados, tornando as vagas de refugiados climáticos ainda maiores e recorrentes, pandemias virulentas, que poderão ter efeitos económicos ainda mais nocivos do que a covid-19.