O
capeta é tramado
Em 2012 foi profusamente usada, e glosada uma
‘saída’ de Fernando Ulrich, presidente do BPI, — Ai aguenta, aguenta! — sobre a capacidade que os portugueses teriam,
ou não, de aguentar a austeridade (o diabo) necessária para cumprir os quesitos
da «troika». Era isso ou ‘a EU foi um lindo sonho’. O homem estava carregado de
razão. Facto é que aguentou.
Uma década depois, por mavioso que seja o patois político e melhores que sejam as
percepções do povaréu, a realidade é que a situação de Portugal estruturalmente
(esta e óbvio/obviamente já não as posso ouvir!) piorou. E a conjuntura
internacional desajuda. Calhou
aparecerem dois cisnes negros – a
epidemia e os desejos do Kremlin. Há outros a caminho, mas o vôo ainda é untraceable para o comum dos mortais —
são de 5ª geração, furtivos.
Uma década depois, e uma mão cheia de
reversões, facto é que o ‘diabo’ não foi esconjurado. Mascarou-se de inflação ―
é uma forma mais insidiosa; mais democrática por consequência. Apanha todos a eito,
e, dependendo da real intenção e habilidades da súcia que governa, permite que
ineptos pareçam talentos.
As responsabilidades da camarilha fascista do
Kremlin e a obsessão dos ucranianos com a nacionalidade — que mania! ― é o que
menos (me) importa porque a refrega (apenas) funcionou como catalisador ‒ similar à falência do Lehman Brothers no
desencadear da crise financeira que, por sua vez, nos apanhou com as calças no fundo
das pernas.
Não
há bela sem senão
Mas cheira-me que, ao ‘bibliófilo’, 1 - não chegou a
língua para dizer «ficção» além de que 2 - o apurado estilo da sua prosa, a sua aprimorada
oratória e o seu fino recorte retórico indiciam, pelo menos, i) descuido com a qualidade dos tradutores/traduções ou ii) terá de ler muitíssimo mais para lograr expressar-se melhor.
Nem
todos os livros são boa companhia, nem todas as leituras são enriquecedoras.
* o post