Em
breve celebraremos meio-século do fim do Estado Novo e de vida da Democracia. Não
é tempo de vida bastante para que a sociedade se deixe de apontar as falhas do
dito e trate de levantar as falências de toda a índole que democraticamente
granjeou e obteve? Por uma razão simples: é que, à excepção de quantos se
dedicam à História, já está vencido o prazo de validade para avocações de 1 - triste «orfandade» e menos ‘direito’ haverá quando 2 - os actores mencionados foram tão
desprezíveis e fizeram tanto mal.
É
pulhice, mesmo que seja obliterado tudo o que respeite à contextualização — a
não ser que se use Ortega y Gasset, somente para os efeitos convenientes, como cliché ou seja, para compor um medíocre
florilégio retórico —, alguém ridicularizar Américo Tomás tendo como contraponto
Marcelo Rebelo de Sousa; ou caçoar de Marcelo Caetano contrapondo-o a Pinto
Balsemão, António Costa ou, pior, a José Sócrates; ou escarnecer de Duarte
Pacheco tendo como contraponto Pedro Marques, António Mendonça ou, pior, Pedro
Nuno Santos.