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Quem me segue, saberá o que chamei a Fernando Teixeira dos Santos quando ele era ministro das finanças de Sócrates, o que chamei a Vieira da Silva ao tempo de Sócrates e no anterior governo de António Costa, o que chamo a António Costa, que é semelhante ao que chamo a Siza Vieira e a outros tantos (ocupem eles o lugar que ocuparem) e que não se coíbam de “cagar-se” — da linguagem informal da 2ª figura deste Estado, Ferro Rodrigues — para a verdade, e assim vigarizar as pessoas. Não o fazem por incompetência ‒ fazem-no de perfeita consciência e convictamente.
Quem me segue, saberá que nunca fiz do povo o desgraçado da história porque, o povo anda há quarenta e nove repito, quarenta e nove anos, a desgraçar-se. E quem se desgraça por convicção merece o castigo. Dizem-me: — São enganados. Não é verdade! Tanto não é que os aldrabões vigarizam por saberem de antemão que, se não forem vigaristas, perdem. A constatação é uma constatação, e não serve de atenuante. Facto é que, entre nós, mais fácil é ser incensado um trafulha, relapso, do que alguém comprovadamente equivocado. Ora, no máximo, poder-se-á exclamar com um daqueles remoques que servem, simultaneamente, aos contrários — ‘estão bem uns para os outros’; ‘merecem-se’.
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É exactamente como escreveu Euclides da Cunha — Não, não é a ocasião que faz o ladrão; o ladrão existe independentemente das ocasiões. Também não é menos verdade que, quando se deixa de lutar pela posse da propriedade privada, resta lutar pela fruição da propriedade colectiva.