07/09/2024

Uma viagem desgovernada

Nos dois ou três meses subsequentes à matança de Bucha/Ucrânia a convite das tv’s andaram uns senhores/as, dias a fio – se não semanas –, a perorar sobre as consequências ao inescapável cumprimento do mandado de prisão, emitido pelo Tribunal Penal Internacional, a Putin. Na ocasião, tendo em vista a retórica ‘especializada’ desses catedráticos em lirismo, escrevi - https://pleitosapostilas.blogspot.com/2022/04/da-incompatibilidade-entre-lirismo-e.html

Já agora, na sequência da viagem do facínora à Mongólia, país membro do TPI, não estão interessados os próprios ou as respectivas estações de televisão em reaparecer para conjecturarem sobre a falência efectiva do Direito Internacional? da impotência da ONU? ...
A comunidade internacional anda à deriva, e sem freio. Ao sabor dos ‘humores’ e dos propósitos inconfessos de gente desprezível como Xi Jinping, Kim Jong-Un, Maduro, Ortega, Gustavo Petro, Erdogan, Bashar al-Hassad, Mohammad bin Salman, … e de gente presumidamente astuta como Macron, Charles Michel, Scholz, Marcelo, Pedro Sánchez, V.Orbán, … 
Até prova em contrário, por ora se não desde sempre a intersecção entre o Direito e a política descreve-se com a resposta de Konstantin Chernov, do FSB, ao chefe da segurança do banco
    ● “A Lei é apenas um ritual; o poder e a violência superam a Lei. As ideias são as únicas armas capazes de obliterar a história, os factos e a verdade.

É assim! Em 1933, Robert Musil escreveu
"O espírito da humanidade é, tal como o internacionalismo, como a liberdade e a objectividade, um valor que torna suspeito quem o detém, mais ainda, quem defende uma destas ideias torna-se suspeito da outra, já que revela não ter compreendido que a transformação é indivisível. Esta transformação postula uma totalidade em substituição da outra."
Assim continua!