02/08/2021

Uma 'coisa' leva à outra (1)

(e a ordem dos factores é arbitrária)
O meticuloso e esmerado editorialismo da comunicação social portuguesa, com especial destaque na televisão, é assinalável.

                      • Os ‘espontâneos’ incêndios florestais na Turquia
Os canais de televisão, com excepção da CMTV, ignoraram as imagens captadas, por um drone militar, da acção terrorista de dois bandidos na sua actividade pirómana.
A piromania e os restantes métodos de banditismo são incôngruos com as alterações climáticas.

                      • O nóvel presidente da República do Perú, Pedro Castillo o Evo Morales peruano ,  desafiou os críticos a formarem um governo com perfil radical e nomeou um primeiro-ministro marxista declaradamente homófobo.
A pública homofobia do indigitado não é notícia porque é marxista e não inquieta porque é lá, numa reserva de indígenas, a sul do Equador.

                     • Erdogan na Turquia autorizou a construção de um muro ao longo dos 60 KM fronteiros com o Afeganistão.
Não é notícia porque é um muro bom ou seja, não é um muro judeu-sionista nem é cerceador de movimentos de palestinianos.

                     • Por cá, a incursão político-diplomática do Presidente da República é um sucesso e, apesar de não serem públicas as conversas, está mais do que justificada. É bom, parabéns. Certo é que, por lá, a repercussão noticiosa é a que se segue (de 31.07 a 02.08, capa e texto do DN e «Folha» e «Estado de S. Paulo»).
Para eles existe a Cinemateca - Marcelo e os seus 'estratégicos' desígnios, não. 
Jorge Jesus diria – Boola!


30/07/2021

Uma 'coisa' leva à outra

• Se quiser testar a nossa comum e sitiante indigência, por um lado, e, por outro, a inópia (adveniente ou causal?) é ‘pegar’ nas duas principais revistas portuguesas Visão e Sábado e em duas francesas Le Point e LExpress. Mas também pode ser feito, comparando o «Jornal das Letras» com a revista argentina, «Ñ» ou entre a «revista» do Expresso e a «Ípsilon» do Público com os «cadernos» semanais do El País.

É esclarecedor. 

• A publicação, pelo INE, dos dados colectados (preliminares) pelo «Censos 2021» está a gerar uma inquietação, hipócrita, mesclada de perplexidade, impúdica assim apreendo eu a maioria das manifestações.

Perdi a noção ao tempo em que, um atrás do outro, os clarividentes [cuja função é a de nos explicar tim-tim por tim-tim o ‘meio’ e o mundo] quando se nos referiam, referiam um Portugal inexistente. Apesar de ser consabido que são pós-graduados em mistificação, perguntas (e acusações!) deveriam ser-lhes feitas. Mas acareação a velhacos é estultícia.

Assim ou assim, o que está feito, feito está. Não ignorem que, nesta ‘matéria’, os efeitos caracterizadores ou distintivos são mediatos. Aguardem!