29/06/2022

Deixai o Mouzinho da Silveira em paz!

Em breve celebraremos meio-século do fim do
Estado Novo e de vida da Democracia. Não é tempo de vida bastante para que a sociedade se deixe de apontar as falhas do dito e trate de levantar as falências de toda a índole que democraticamente granjeou e obteve? Por uma razão simples: é que, à excepção de quantos se dedicam à História, já está vencido o prazo de validade para avocações de 1 - triste «orfandade» e menos ‘direito’ haverá quando 2 - os actores mencionados foram tão desprezíveis e fizeram tanto mal.
É pulhice, mesmo que seja obliterado tudo o que respeite à contextualização — a não ser que se use Ortega y Gasset, somente para os efeitos convenientes, como cliché ou seja, para compor um medíocre florilégio retórico —, alguém ridicularizar Américo Tomás tendo como contraponto Marcelo Rebelo de Sousa; ou caçoar de Marcelo Caetano contrapondo-o a Pinto Balsemão, António Costa ou, pior, a José Sócrates; ou escarnecer de Duarte Pacheco tendo como contraponto Pedro Marques, António Mendonça ou, pior, Pedro Nuno Santos.